30/03/2009

Nei Lopes

control + c; control + v no blog do Nei

O OLHO MAIS AZUL

O respeitável público, com toda a razão, cobra um pronunciamento do Lote sobre a metáfora dos “olhos azuis” espanada pelo Presidente Lua na cara dos banqueiros internacionais. Mas o pronunciamento já tinha sido feito, em 2004, na primeira edição da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, que estamos revisando e atualizando para futura edição. Vejam estes dois verbetes:

“LOURO, Idealização do tipo. - A idea­li­za­ção e a an­ge­li­za­ção do in­di­ví­duo bran­co de ca­be­los lou­ros pa­re­cem ser, se­gun­do Gilberto Freyre, rea­ções à su­per­va­lo­ri­za­ção da be­le­za “mou­ra” na Europa me­die­val. Assim, ao mi­to e às len­das da Moura Encantada, que se di­zia pos­suir be­le­za per­tur­ba­do­ra, se­gui­ram-se os da Moura Torta, es­ta alei­ja­da e ­feia, com a as­so­cia­ção dos não-bran­cos a an­jos ­maus, trai­do­res e de­caí­dos, e do ti­po lou­ro a per­so­na­gens di­vi­nas e an­ge­li­cais. Entretanto, se­gun­do o his­to­ria­dor gre­go Heródoto, os an­ti­gos egíp­cios evi­ta­vam a com­pa­nhia de pes­soas de ros­to cla­ro e ca­be­los rui­vos, por con­si­de­rá-las ma­lé­fi­cas; e, no tem­po em que os sa­cri­fí­cios hu­ma­nos ­eram ­usuais, in­di­ví­duos lou­ros ­eram es­tran­gu­la­dos sob o tú­mu­lo de Osíris* ou quei­ma­dos vi­vos.”

“BLUEST EYE, The. Romance de es­tréia da es­cri­to­ra Tony Morrison*, pu­bli­ca­do em 1969 e lan­ça­do no Brasil, em 2003, sob o tí­tu­lo O ­olho ­mais ­azul. Nele, a au­to­ra ques­tio­na o pa­pel das bo­ne­cas bran­cas de ­olhos ­azuis na for­ma­ção psi­co­ló­gi­ca das me­ni­nas ne­gras. De ob­je­to de so­nho ­elas se tor­na­riam um pe­sa­de­lo, ator­men­tan­do es­sas me­ni­nas com a cons­ta­ta­ção de que só com ­olhos ­azuis po­de­riam exer­cer ma­gia e fas­cí­nio, ob­ten­do, em tro­ca, ca­ri­nho e mei­gui­ce. No Bra­sil, no fi­nal do sé­cu­lo XX, a in­dús­tria de brin­­que­dos – tal­vez sen­si­bi­li­za­da, mer­ca­do­lo­gi­ca­men­te, por es­se ti­po de ques­tio­na­men­to – co­me­ça­va ti­mi­da­men­te a fa­bri­car bo­ne­cas ne­gras. Ver LOURO, Idealização do tipo.”

Religare

Pouco me importam os compêndios de ética metáfica, e se Deus e a vida após a morte existem ou não.

E tão pouco me importa se existem ou não existem o Bem supremo e o Mal absoluto.

Não me importa a genitália dos anjos, não me importa quem criou o criador.

O que me importa é a função social da fé, das religiões e suas crenças.

Como a religião organiza a sociedade. E como a sociedade se organiza em torno da religião.

Ponto e Vírgula

"quem fez, sabe que faz."

Me parecem ser, as questões de pontuação, as questãos menos relevantes da linguagem e de seus respectivos estudos.

Digo isso em relação à importância da fonética, da morfologia, da sintaxe e da semântica.

Me parece que a pontuação não influi em nada nos dois primeiros campos e quase nada nos dois últimos.

E, salvo minha rotunda ignorância, me parece que, na linguística, temos geniais estudos de fonologia, morfossintaxe e semântica, e muito pouca coisa em questão de pontuação. Creio que Chomsky seja um exemplo, e Russell talvez seja outro.

Um exemplo bem lúdico de observar a arbritariedade e imprecisão da pontuação na língua portuguesa me parecem ser os romances ou ensaios de José Saraamgo.

E um exxemplo bem interessante me parece ser o fato de Franz Kafka cometer inúmeros erros de pontuação nos seus romances e dar enorme trabalho a seu revisor. Se os erros de Kafka fossem de semântica, estilo, ou raciocínio...

É o que me parece.

Anacrônicas

O Papa foi à África, pregar contra o uso de preservativos.

O anacronismo, por possuir certo grau de nostalgia e saudosismo, e quando não tão malicioso, leviano, pernicioso e irresponsável, até possui certo glamour.

O infalível argumento papal é que os métodos e objetos de prevenção ao mal, na verdade são métodos e objetos de produção e reprodução do mesmo.

São tão idiotas, aqueles não católicos, que invocam o mal que queriam evitar.

26/03/2009

Veja(?)

Por que a menina dos olhos da Editora Abril, e o excelentíssimo paladino do Estado de Direito Senhor Doutor Chefe Cacique Presidente do STF Gilmar Mendes, insistem em tachar de criminoso e jogar a pecha de fanático por grampos ilegais (nenhum comprovado) sobre o delegado que prendeu Pitta, Maluf, Najas, Dantas entre outros bandidos de mão grande e colarinho branco?

Essa pergunta não quer calar, e Carta Capital e Caros Amigos não se contentando em perguntá-la, nos oferecem excelentes respostas.

Delegado Protógenes Queiroz e Juiz Fausto De Sanctis, guardem esses nomes.

25/03/2009

Exato

Pra quem ainda crê no mito das ciências exatas, saiba que a biologia, ciência que estuda a vida, ainda não definiu exatamente o que a vida seja nem quando exatamente ela começa.

Autoridade

Vinicius de Moraes adorava futebol

Noam Chomsky desteta foottball

Einsten era contra o nazismo

Heidegger era a favor do nazismo

Newton era a favor da religião, da astrologia e da alquimia

Carl Sagan era contra a astrologia e a alquimia

Luthero era contra a física e a astronomia

Kepler era a favor da religião


Tudo isso justificaria ou desjustificaria o futebol, o football, o nazismo, a religião, a ciência, a astrologia, a alquimia, etc... somente pelo argumento da autoridade. Mas a argumento da autoridade já foi dispensado por quem raciocina e discursa com sinceridade.

E o fato, por exemplo, de Newton ter sido um dos maiores físicos da história e de ter sido cristão, astrólogo e alquimista devoto não impede que se oponha à ciência, a religião, a astrologia ou a alquimia. Uma mente muito atrasada concluiria o oposto.

O fato é que ciência, arte e religião, compoem o tripé do intelecto da humanidade. Se tratam, as três, de realizações inteligentes, oriundas de uma mesma raiz em comum.

Vide as tarefas de caça dos paleolíticos, que possuiam metodologia científica, rituais religiosos e manisfestações artísticas; concatenados e indistintos.

São o mesmo os funerais egípcios. Suas mumificações exemplificam alto grau de conhecimento de anatomia e fisiologia humanas, crença em vida post-mortem religiosamente fundamentada, além de magníficas expressões artísticas.

Porém, com o passar do tempo e o surgimento e aprimoramento de diversas tecnologias, sendo a escrita a mais importante dentre essas, as epistemologias se modificaram sobremaneira.

Então, religião, arte e ciência, começaram a se desenvolver e se desagregar. Não obstante se possa encontrar a presença de cada uma delas nas outras duas, a todo momento.

Entretanto, seguindo a estrutura do yin-yang, da balança do signo astral de Libra e da filosofia heideggeriana, religião e ciência são (arte à parte), hoje em dia e em linhas mestras, opostas, e na medida que são opostas são complementares, assim como sua perna esquerda é oposta a sua perna direita e complementar a ela.

Se se quer justificar a religião, a arte, o esporte, a violência, não basta citar brilhantes cientistas que foram religiosos, artistas, esportistas, ou violentos. E o simples fato de ter havido brilhantes cientistas violentos, esportistas, artistas, ou religiosos, não impede que se oponha a ciência à violência, à religião, à arte, ao esporte.

Devemos buscar outros argumentos.

Sabendo da raiz comum que possuem, se torna ainda mais necessário o incessante diálogo entre religião e ciência, porém, citar uma lista de cientistas religiosos não é argumento que se aplica nem em uma classe de alfabetização.

Pois, a ciência não possui autoridade sobre a religião, e o argumento do parágrafo acima serve apenas para deixar claro que não se concorda com essa afirmação.

Como seria ridículo se justificar a ciência citando uma lista de padres, bispos, párocos, e pastores que foram cientistas.

Pois, a religião não possui autoridade sobre a ciência.

Enfim, seja você destro ou canhoto, sua perna direita não é hierarquicamente superior à sua perna esquerda e vice-versa, e, portanto, uma não necessita justificar-se pela outra.

Um saci-pererê intelectual negaria a religião a partir da ciência, ou a ciência a partir da religião.

Uma mente avançada saberia que opor e negar não são sinônimos. E a oposição, ao invés de extinguir, muito pelo contrário, serve para reforçar.

Assim como sua imagem refletida no espelho se opoem a você ao mesmo tempo que te reforça.

Enfim, ciência e religião são irmãs e caso se queria buscar a origem desse parentesco, recorra aos estudos de antropologia cultural, psicologia e arqueologia.

Não se contente em listar nomes.

EUA

Se queres mais entender sobre a formação do Império Norte-Americano, podes ler estudos de sociologia, um bom livro de história e assistir aos filmes:

"There Will Be Blood".

e

"No Place For Old Man".

Nessa ordem.

Broca

"As premissas consideradas menos questionáveis são frequentemente as mais questionáveis".

Paulo Broca,

escritor, pintor, músico, matemático, orador e neurologista francês, em meados do sec. XIX.

22/03/2009

Moviemento

que se deve re-assistir (em desordem de aparição e preferência)

1.Fight Club
2.21 Grams
3.Matrix
4.Land Of The Blind
5.Closer
6.AmoresPerros
7.Adaptação
8.Quero Ser John Malkovich
9.Huricane
10.A Última Ceia
11.Adivinhe Quem Vem Pra Jantar
12.A Vida é Bela
13.Declínio do Império Americano
14.As Invasões Bárbaras
15.Cidade de Deus
16.Carandiru
17.Amarelo Manga
18.Gandhi
19.O Gosto dos Outros
20.Os Sonhadores
21.Traffic
22.O Mercador de Veneza
23.O Auto da Compadecida
24.Dogville
25.Manderlay
26.OldBoy
27.Paradise Now
28.New Orleans
29.Meu Tempo é Hoje
30.Cinema, Aspirinas e Urubus
31.Cachê
32.O Cheiro do Ralo
33.Proibido Proibir
34.Bom Pastor
35.Winters Solstice
36.O Labirinto do Fauno
37.Bonecas Russas(Matrioska)
38.Ânsia de Amar
39.Little Children
40.O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias
41.Lavoura Arcaica
42.Um Estranho no Ninho (a flew over the cuckoo´s nest)
43.Laranja Mecânica (the clockwork orange)
44.Casa de Areia
45.Um Copo de Cólera
46.Princesas
47.Finding Forrest
48.Náufrago
49.Apocalipto
50.Pollock
51.Modigliani
52.Zelig
53.Amnésia
54.A Lenda de Beowulf
55.O Amor nos Tempos de Cólera
56.Sombras de Goya
57.A Vida dos Outros
58.A Bússola de Ouro
59. I Am Legend
60.Ratatouille
61.Os Inimigos do Império
62.O Conde de Monte Cristo
63.Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street
64.Feliz Natal
65.Asas do Desejo
66.No Country For Old Men
67.Whisky
68.O Passado
69.There Will Be Blood
70.A Lula e a Baleia
71.O Profissional
72.Reencarnação
73.The Savage´s
74.A Dúvida
Freud disse que a psicanálise relaciona a medicina com a estética, a mitologia e o folclore.

Podemos dizer, a partir disso, que o psicológico aproxima o natural e o cultural. A alma é a ponte entre o biológico e o antropológico.

21/03/2009

Ruas que sonhei

de Paulinho da Viola que toca cavaquinho

O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas
Bem no tempo de sorrir e namorar

Toda beleza que havia nesta rua
Há pouco tempo deu um vento e carregou
E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou

Amor, repare o tempo
Enquanto eu faço um samba triste pra cantar
Te mostro a vida pra mudar o teu sorriso
Te dou meu samba com vontade de chorar

Amor, felicidade
É o segredo que outro dia te contei
O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei

do mesmo e de seu parceiro, Elton Medeiros.

Recomeçar
Do que restou de uma paixão
Voltar de novo à mesma dor sem razão
Guardar no peito a mágoa sem reclamar
Acreditar no Sol da nova manhã
Dizer adeus e renunciar
Vestir a capa de cobrir solidão
Para poder chorar...


A relação se dá pelas metáforas dos ciclos so Sol

O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas

O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei

Acreditar no Sol da nova manhã

e pelas metáforas das vestimentas ( e fantasias de carnaval)

E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou

Vestir a capa de cobrir solidão

16/03/2009

Fato

O fator Obama reduziu drasticamente o anti-americanismo. E nesse embate EUA vc China, muita gente que estava doidinha pra ver os últimos sobressaírem sobre os primeiros já começa a mudar de ideia.

Pode questionar largamente a racionalidade dessas torcidas todas.

Mas quem julga os EUA imperialistas, deve ler qualquer livrinho de bolso sobre a história da China.

Difícil mesmo é pensa em alguma nação, que não essas duas, a ter as rédeas e os chicotes à mão, pelo menos pelos próximos 50 anos.

15/03/2009

Impressionantes

1. É impressionante a semelhança entre o Brad Pitt de hoje e o Robert Redford de trinta anos atrás.

2. É impressionante como os teóricos em economia, das mais diveresas matizes e "streams", começaram a concordar em dar a mais suma importância às questões de política, governo, legislação e regulação para o bom azeitamento da engrenagem do mercado. O "laissez-faire", a mão invisível, e o mercado racional e auto-regulável desapareceram da discurso corrente.

Internamente

"The need for China to shift the mix of growth from exports to consumption has become more urgent."

Depois da bem sucedida impressão, traduzida para o português, do especial anual do semanário britânico The Economist, pelo semanário brasileiro Carta Capital, eis que as duas revistas semanais, de tiragem relativamente escassa, e seriedade jornalística absoluta e relativamente abundante, fincam parceria mais assídua, a ser inaugurada em breve.

E estudo recente impresso pela publicação inglesa, garante que, mesmo em meio a maior crise dos últimos 70 anos, haverá a China de garantir um crescimento de seu Produto Interno Bruto na ordem de 8% no ano de 2009.

Pegunte aos EUA, Alemanha e Japão se, por acaso, se lembram quando, um dia, cresceram a uma taxa próxima a essa.

A manutenção do crescimento robusto, que já dura 3 décadas, deve ser garantida pelas políticas fiscais e monetárias do governo chinês, traduzido por cortes nas taxas de juros e nos impostos, e aumentos nos gastos públicos, aumentando assim o déficit orçamentário, o que poderá assegurar aumento dos investimento sobretudo em infraestrutura, e sobretudo em infraestrutura de transporte e sobretudo em ferrovias, cujos investimentos na área deverão ser triplicados.

Mas o fato é que, grande parte do crescimento monstruoso que a China vem experimentando, se baseia no mercado externo, em exportações, por assim dizer.

E é fato que, com tal recessão, que até agora não se soube bem dimensionar, a demanda externa há de arrefecer.

Então, o verdadeiro desafio da China, frente a essa crise, será saber substituir o mercado externo (demanda dos outros países) pelo mercado interno(sua própria demanda).

Ou seja, é mais que hora de a China fomentar ainda mais o seu mercado, e há espaço de sobra pra isso, pois são evidentes as demandas reprimidas no país, que, apesar de já ter se tornado a terceira maior economia do mundo, ainda acumula um número portentoso de carentes e miseráveis.

Portanto, conseguindo, a China, diminuir o contigente de seus cidadãos que vivem em situação de pobreza e exterma pobreza, aumentando, consequentemente, a sua classe média, poderemos dizer, quando a crise acabar, que um gigante saiu de lá ainda maior.

Um desafio e tanto, mas não restam dúvidas, historicamente falando, que os chineses estão preparados para enfrentá-lo, e mais, derrotá-lo. E então veremos como as cartas estarão sendo dadas, num prazo de 5 a 10 anos.

Um adendo: é a China quem sustenta, em grande parte, o consumo interno dos EUA, sobretudo os gastos do governo americano, via aquisição de títulos da dívida norte-americana, porém, para incentivar seu próprio mercado, é bem provável que seja faça urgir a necessidade da China cessar, ou ao menos reduzir draticamente, o financiamento que fornecem ao mercado norte-americano, e esse será, sem dúvida, um desafio tremendo para o governo Obama.

Fica introduzida assim a dicotomia para os próximos 5 a 10 anos, período que cobre 1 ou 2 mandatos do recém-empossado presidente dos Eua.

Deixará a China de aquecer o mercado dos Eua para aquecer seu próprio mercado? E como os EUA enfrenatarão o cenário em caso de resposta positiva? Pois, desistindo os chineses de comprar títulos do tesouro norte-americano aos montes, como acontece até então, serão obrigados, os EUA, a aumentar sua taxa de juros, para atrair e manter investidores, inclusive os próprios chineses, e isso dificultará, sobremaneira, a recuperação da economia norte-americana.

O que acontecia, até então, era um jogo de trocas entre EUA e China. Os EUA importavam bilhões e bilhões em produtos chineses, e os chineses que, como já foi dito, baseavam e ainda baseam, seu crescimento, em larga medida, nas exportações, financiavam a dívida dos EUA em bilhões e bilhões, para que os EUA pudessem continuar consumindo e importando produtos chineses. E assim girava a roda.

O risco iminente, para os EUA, é de que os chineses cortem o fio, cessem de financiar o mercado norte-americano, e, assim sendo, no lugar de basear seu crescimento em exportações ao mercado dos yankes, passe a basear seu crescimento no aquecimento de seu mercado interno.

As cartas já estão dadas, as apostas já estão sendo feitas. E botaria meu dinheiro na ascensão do dragão e na queda dos falcões, e no fracasso da eleição do primeiro presidente negro nos EUA. Já vislumbrando todo o cenário de recrudescimento e retrocesso que daí surgiria (reascensçao e fortalecimento dos cons, tanto neos quanto ultras; racismo, xenofobia, família Bush, Sarah Palin, Jonathan Krhon...)

Fato é que o governo norte-americano, com Hilary Clinton nas cabeças, já está articulando para que os chineses contiuem a financiar a dívida dos EUA. Resta ver como isso vai ficar.

Pois o enorme déficit fiscal dos EUA em muito se dá pelo fato de importar muito da China, e isso acontecia, em grande parte, por conta do yuan "artificialmente desvalorizado".

E a luta do governo Bush, antes da crise, era pra que os chineses valorizassem seu câmbio, que o deixassem flutuar, na esperança de que isso diminuisse a gastança dos próprios norte-americanos. Os chineses sempre se recusaram.

Com a crise, os EUA devem e vão diminuir seu gastos, e isso inclui diminuir muito o nível de importação de produtos chineses.

Diante disso, nos perguntamos, por que cargas d´água, haveriam os chineses de continuar financiando o déficit norte-americano, se é bastante improvável que os norte-americanos continuem a financiar as exportações chinesas?

De acordo com a tão festejada racionalidade econômica, essa corda deve ser romper, e tudo indica que quando a roda gigante parar de rodar, a China estará "on top" e os EUA estarão "on bottom".

Resta saber se as costuras políticas conseguirão reverter tal quadro, e resta conferir até onde vão as peripécias diplomáticas norte-americanas no jogo internacional.

Não se despreza, é claro, a hipótese desse jogo tornar-se bem sujo, com um bom número de flertes e trapaças, e não duvidamos da capacidade de ambos os "players" em representar tais papeis.

01/03/2009

Irformação

Várias ciências lidam com o problema da informação e da comunicação, em diferentes níveis e graus.

Assim é a matemática e principalmente a estatística e a probabilidade, e também a física, a economia, a semântica, a informática. E até a biologia, a psicologia, a cibernética.

E o interessante é obsevar que o que é mais primitivo ( e primitivo aqui vai no sentido de o que vem primeiro ) se aproxima do que é mais moderno, pois não é difícil reparar que os jogos de búzios, jogados desde a África original, são os primórdios da computação.

Pois o búzio, pode assumir 2 valores: "aberto (virado pra cima)" ou "fechado ( virado pra baixo)", mais ou menos como um cara ou coroa de uma moeda qualquer. E como bem sabemos, reside aí o princípio da linguagem binária, usada em computadores.

Por assim dizer: búzios são bits.

E repare que com apenas 16 búzios, podemos fazer 65536 jogos diferente, pois se cada búzio pode assumir 2 valores, sendo 16 búzios temos 2 elevado a 16 que é igual a 65536.

E diante disso, podemos dizer que a probabilidade de cada jogo sair é de 1/ 65536, ou seja, 0,0015258790625%.

E assim percebemos como até a magia traz um padrão. E onde há ritmo, há números, vide que do grego número = aritmo.

Então sabemos que até o que parece muito confuso, muito caótico, possui certa ordem. E o contrário equivalente.

E como disse Francis Bacon certa vez: "saber é poder". E certamente não foi ele o primeiro sujeito a perceber a importância da informação, da sabedoria e do conhecimento.

O economista mais badalado do momento, Joseph Stiglitz, crítico ferrenho do capitalismo neoliberal e das teorias neoclássicas que o sustentam, formulou sua mais festejada teoria sobre o paradigma da informação.

Certos físicos, principalmente ante de Einstein e da física quântica, diziam que possuindo todas as informações atuais, seríamos capazes de predizer perfeitamente o futuro, bem como redizer completamente o passado.

E vejamos que 1 dos 3 principais adjetivos que se dá ao deus único judaico-cristão é justamente a onisciência, que, traduzida de outra maneira, nada mais é que a capacidade de possuir armazenados e ter capacidade de acesso instântaneo e simultâneo a todos os dados que já foram produzidos, e essa prerrogtiva de ser absolutamente informado gera a capacidade de se tomar qualquer decisão sem o menor grau de incerteza e de prever nítida e claramente qualquer acontecimento posterior. O que não impede que haja encadeamentos diferenciados de fatos.

Talvez aqui haja um pouco do problema da pré-destinação e do livre-arbítrio.

Mas os cientistas não foram os únicos a se voltarem para a informação ao longo da história da humanidade.

Os mais variados mitos, das mais distintas civilizações, já davam grande importância a isso. Vide a decifração de sonhos por Daniel, e a dissolução do enigma da Esfíngie por Édipo. E aí, nos aproximamos da moderna criptografia, por exemplo.

Levi-Strauss relata, em um dos seus livros, um mito de civilizações indígenas norte-americana, e tal mito dava às arraias, a qualidade de controlar o que é bom e o que é ruim. E aqui novamente, faceamos a linguagem binária, visto que, dependendo do ângulo de obsevação, as arrais podem ser claras ou escuras, esguias ou roliças.

E se hoje temos os mainframes, as centrais de processamento de dados. Ontem tivemos o oráculo de delphos e o ilê-ifá.

Se ontem tivemos os bruxos, feiticeiros e mágicos, hoje temos os matemáticos, estatísticos e técnicos da informação.

Difícil imaginar o que vá substituir Exu, Hermes, Tóth e as demais entidades das diferentes culturas que representavam o intermédio entre o mundo real e o mundo virtual.

Interessante observar que muito desses deuses também representavam a velocidade e o movimento.

Nietzscheanas

na Dúvida,

vc ficaria com o apolíneo de Meryl Streep, a freira Aloysius

ou com o dionisíaco de Philip Seymour Hoffman, o padre Flynn?

Mas bom mesmo nesse filme é ver como somos cínicos, como somos hipócritas.

Pois até a certeira irmã, para alcançar seus objetivos, joga uma dúvida à mesa durante o jantar.
E repreende a irmã que tenta decifrar o enigma.

E até o desviante padre, para livrar sua própria pele, defende a rigidez do protocolo e a força da hierarquia.
E repreende a irmã por ter se reportado a outra irmã e não ao pastor. E arremata com as duas frases seguintes:

"you cannot do it by youserf"

"you cannot step outside the church"