Sabe-se, segundo Gaston Bachelard, que não há ciência exata, pois todo conhecimento é aproximado.
Mas é comum separar as ciências físicas e naturais das ciências sociais e humanas, e fazer crer intransponível tal separação.
Mas talvez seja interessante observar que três dos maiores antropólogos que já houve, tiveram formação original em física, no caso do polonês Bronisław Kasper Malinowski e do senegalês Cheikh Anta Diop, e matemática, no caso da luso-brasileira Manuela Carneiro da Cunha.
E o filme "O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias" corroba a principal teoria de Diop e de seu colega congolês Théophile Obenga.
29/04/2009
10/04/2009
Linha de Passe
Dois fatores de coesão são
futebol e religão.
E sendo a religiao muuuuito mais antiga que o futebol,
surge o futebol como religião.
Veja o filme de Walter Salles.
futebol e religão.
E sendo a religiao muuuuito mais antiga que o futebol,
surge o futebol como religião.
Veja o filme de Walter Salles.
05/04/2009
04/04/2009
Cabral e eu
O Afiador de Facas, Malevich
É-me permitido, ao menos em meu blog, emparelhar um poema meu a um poema do Homem de Ferro. E de Pedra.
A JCMN
os homens são fracas
facas de cortar palavras
da bainha a lâmina sai
logo se corta uma palavra
as palavras vão como águas
afiando aquelas facas
éguas que amolam o duro
touro que as ataca
mas mais dourados que sejam
seu falo, seu falo, seu falo
o boi cornado nunca
fecunda o que é do cavalo
http://www.revista.agulha.nom.br/joao05.html
Eros e Psiquê
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
De Masi, Osmar e Eu
Um poema dedicado recentemente, nesse blog, a um amigo recente, vai explicado pelas palavras de Domenico de Masi, o sociólodo do trabalho, do ócio, do lazer, da tecnologia, da estética e da arte, em seu livro Grupos Criativos.
"Os caçadores prosseguirão durante séculos a perseguir as suas presas, mas o espírito da pesquisa se transferirá, aos poucos, da aventura física da caça à aventura espiritual da ciência e da arte.
Eu, que escrevo este livro, os milhares de cientistas e artistas que neste mesmo momento estão trabalhando nos seus laboratórios, nos seus ateliês, nos seus estúdios, não fazemos outra coisa senão repetir na escrivaninha ou na prancheta, e de forma abstrata, aqueles mesmos atos de exploração, perseguição e criação que os nossos antepassados hominídeos praticavam materialmente nas estepes e cavernas."
"Os caçadores prosseguirão durante séculos a perseguir as suas presas, mas o espírito da pesquisa se transferirá, aos poucos, da aventura física da caça à aventura espiritual da ciência e da arte.
Eu, que escrevo este livro, os milhares de cientistas e artistas que neste mesmo momento estão trabalhando nos seus laboratórios, nos seus ateliês, nos seus estúdios, não fazemos outra coisa senão repetir na escrivaninha ou na prancheta, e de forma abstrata, aqueles mesmos atos de exploração, perseguição e criação que os nossos antepassados hominídeos praticavam materialmente nas estepes e cavernas."
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