É vário o humano
Penso que a ciência possui três superabordagens do homem:
O homem biológico
que me parece ser sempre campo exclusivo seu;
O homem semiótico
que é campo de intersecção com as sociais e humanidades em si, como
filosofia, arte e religião;
O homem automático
que é campo mais recente e conta com alto grau de interdisciplinaridade.
É fato que não há o homem tão-somente biológico, pois o ser humano passa a humano ser a partir do quê começa a se deslaçar das restrições naturais através de inovações culturais.
Por isso o estudo do homem é primordialmente o estudo de suas culturas. É antropológico.
Mas o rincão bioquímico da espécie não pode jamais ser posto de lado, pois toda cultura emerge de uma base biológica (neurológica, mais especificamente).
Daí porque importar tanto a tantas culturas remotas a questão de o homem estar a meio passo entre o natural(biológico) e o sobrenatural(semiótico).
E no último meio século, talvez um pouco mais, o próprio homem tem sido ainda mais deus e vem projetando uma nova espécie de homem, não mais no barro, mas no silício: O homem automático, robótico, cibernético.
Mas o homem, desde que homem é, se recusa a crer que toda a sua significância se reduza há uma meia dúzia de automatismos. Sejam eles mais ou menos bioquímicos.
Resta saber se o novo homem a surgir será ainda mais criativo.
Pois a criatividade e o tédio são a mesma face dupla.
And the machines still do not get bored.
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