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O OLHO MAIS AZUL
O respeitável público, com toda a razão, cobra um pronunciamento do Lote sobre a metáfora dos “olhos azuis” espanada pelo Presidente Lua na cara dos banqueiros internacionais. Mas o pronunciamento já tinha sido feito, em 2004, na primeira edição da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, que estamos revisando e atualizando para futura edição. Vejam estes dois verbetes:
“LOURO, Idealização do tipo. - A idealização e a angelização do indivíduo branco de cabelos louros parecem ser, segundo Gilberto Freyre, reações à supervalorização da beleza “moura” na Europa medieval. Assim, ao mito e às lendas da Moura Encantada, que se dizia possuir beleza perturbadora, seguiram-se os da Moura Torta, esta aleijada e feia, com a associação dos não-brancos a anjos maus, traidores e decaídos, e do tipo louro a personagens divinas e angelicais. Entretanto, segundo o historiador grego Heródoto, os antigos egípcios evitavam a companhia de pessoas de rosto claro e cabelos ruivos, por considerá-las maléficas; e, no tempo em que os sacrifícios humanos eram usuais, indivíduos louros eram estrangulados sob o túmulo de Osíris* ou queimados vivos.”
“BLUEST EYE, The. Romance de estréia da escritora Tony Morrison*, publicado em 1969 e lançado no Brasil, em 2003, sob o título O olho mais azul. Nele, a autora questiona o papel das bonecas brancas de olhos azuis na formação psicológica das meninas negras. De objeto de sonho elas se tornariam um pesadelo, atormentando essas meninas com a constatação de que só com olhos azuis poderiam exercer magia e fascínio, obtendo, em troca, carinho e meiguice. No Brasil, no final do século XX, a indústria de brinquedos – talvez sensibilizada, mercadologicamente, por esse tipo de questionamento – começava timidamente a fabricar bonecas negras. Ver LOURO, Idealização do tipo.”
Um comentário:
rs. achei uma ilustração sobre este texto bem engraçada. Lula sentado numa cadeira, tentando atirar no própio pé( ilustrado por Gabriel Souza). Na legenda dizia: " mais um tiro no pé para entrar no currículo. "
Bjs,
Caroline.
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