25/07/2010
(Sub)Super-Homem
Forrest Gump - Robert Zemeckis
Herói - Zhang Yimou
O Herói ou Anti-herói, é o que vai muito longe da média, muito fora do normal, muito acima ou muito abaixo.
Uma comédia e uma trágedia que lidam com as nebulosa fronteira entre o heroismo e o anti-heroismo. E discursam de maneira magistral sobre os pontos de conexão entre a história do indivíduo e a a memória do povo em que é inserido.
24/07/2010
22/07/2010
Fumaça Difusa
A frase que dá título ao post possui um ritmo característico.
'Fuça Fusa'
Analisada de tal modo, essa rima parece cômica, até ridícula,
mas é esse o padrão que nosso sistema cognitivo percebe, e se
agrada disso. Mas não é por isso que escrevo essa nota.
Por que fumaça difusa então?
Porque percebo que as epistemologias contemporâneas estão a
mudar o conceito de identidade pelo conceito de isomorfismo.
E, nessa toada, o conceito de exatidão vai sendo suplantado
pela ideia de proximidade, bem como a ideia de certeza
pela de possibilidade. E assim, outros ritmo vão sendo apreendidos.
E se isso se dá, muito se deve aos estudos meteorológicos e
de cinética molecular.
Pois são os gases, as nuvens, as redes de fumaça que consternam
a físico-química atual. São seus ritmos e padrões que preocuparam
Einstein e Brown, na teoria do comportamento molecular.
Foi Mandelbroit que, a partir de estudos de meteorologia,
elaborou a geometria fractal.
E além dela, as linguagens da lógica fuzzy e da teoria das
probabilidades desempenham papel fundamental nessa rotação.
É praticamente impossível prever a trajetória de uma molécula
singular, mas um grupo de moléculas em interaçÕões iterativas é
provavelmente previsível.
É praticamente impossível prever o que vai na cabeça de
cada motorista nas rodovias de uma cidade. Mas o comportamento
de toda a massa a trafegar é provavelmente previsível.
O que significa dizer que, por mais aleatórios, arbitrários
e estocásticos que possam nos parecer os comportamentos individuais,
o comportamento da massa é absurdamente padronizado.
Por mais sublimes que me sejam os versos de Paulo César Pinheiro,
um carioca que ouve samba e toma chopp está bem distante da
imprevisibilidade.
P.S.:
O estudo dos enxames, das colméias, dos formigueiros, dos sistemas
imunológicos, das redes neuronais, regidos sobre a égide da
complexidade e com ferramentas matemáticas e estatíscas derivadas
da cinética e da termodinâmica,também vai nos revelando padrões
curiosos e permitindo previsões bem interessantes.
E parece que tais abordagens vão se aproximando cada vez mais de
nossos sistemas culturais e de nossas teias simbólicas.
17/07/2010
Plumas
“Leves como penas pousando no chão”.
(Oscar Niemeyer)
As colunas do Palácio do Planalto representam a plástica de uma bailarina.
Por seus movimentos de curvatura, é claro.
("O que me atrai é a curva livre e sensual")
Mas ainda mais por todo o peso que vai sustentado pelo minúsculo ponto de contato com o solo e por todo um equilíbrio instável, dinâmico e caótico que nos dá a sensação de uma leveza singular, como se um único pingo de chuva estivesse a firmar todo o céu.
"Se conseguimos fazer que um lápis fique de pé sobre sua ponta, o equilíbrio será instável. A menor pertubação o fará cair para um lado ou para o outro."
(Ilya Prigogine, O Fim das Certezas)
E ainda persistem as colunas de Niemeyer, curvas como as colinas, leves como os sorrisos, dinâmicas como os amores, projetando, em estruturas fixas, todo o movimento, ligeireza e fluidez que a vida tem.
13/07/2010
cuidado com o cão! soltem os cachorros!
"temos as línguas como os cachorros"
Todo cão tem seu rabo. É de sua natureza.
E se um cão a outro cão lhe morde o rabo, esse outro cão pode, pausadamente e poderadamente, argumentar e tentar convencer um cão a lhe soltar o rabo.
Ou deve, instintivamente e pavlovianamente, morder o rabo do cão que lhe morde o rabo.
E assim, o ciclo está completado. O Tudo-Nada, O Alfa-Ômega, O Yin-Yang, O Oroboro canino se define.
(E diante disso, tudo que se pode é rosnar, pois latir já é soltar o rabo alheio. Enquanto os pensadores estão a divagar que cão mordeu primeiro.)
Não que seja de meu feitio reduzir todas as implicações filosóficas, artísticas, religiosas e científicas do círculo à mera questão de cão.
Mas vos disse a vós, Salomão: tudo é vaidade.
Eis que vos digo eu: tudo é rinha.
Mas nem nisso originalidade há, pois muito antes de mim, Arriaga e Inarritu já me disseram que, humanos que somos, nada mais somos que cachorros com gramática.
Suzana ao chegar em casa do colégio, abre a portão e deixa Cofi escapar. Ele está prestes a se revelar um exímio "homicida".
El Chivo com um integrante de sua matilha. Intelectual esquerdista e professor universitário, El Chivo abandona a carreira acadêmica para embrenhar-se na guerrilha armada contra um governo ditatorial de extrema direita. Vai preso por um investigador medíocre e se torna mendigo e matador de aluguel. Qualquer semelhança com Karl Marx não é pura aparência. Ou mera coincidência.
Cena final. Cofi(o cão) recuperado de ferimento a bala. El Chivo(a cabra) de barba feita e cabelo cortado. Caminham juntos ao horizonte. Um vai como sombra do outro.
Filme mexicano, genial, que celebra dez anos esse ano e deve ser muito comemorado.
11/07/2010
esquinas em que estive - etc
Ainda são muitas as rodas que poderiam ser citadas aqui, desde o Carioca da Gema na Rua Mem de Sá, a 100 metros dos Arcos da Lapa, bem perto do Semente e do Arruda.
Também o pagode do Cacique de Ramos, de onde surgiu toda a nata do Fundo de Quintal; Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Dudu Nobre, Arlindo Cruz, dentre outros, estiveram entre eles.
Há o Bip-Bip, em Copacabana, a 100 metros da praia, cujo dono, Alfredinho, é figura notória por ser mau-humor e rabujice.
Ainda há o pagode da Tia Doca, que faleceu recentemente, de onde muitos partideiros do cacique também participam, e que tem um feijão maravilhoso e uma cerveja bem gelada. Fica bem na beira da linha do trem na estação de Madureira, que Arlindo Cruz cita tão bem em seu samba "Meu Lugar".
Há também os sambas nas quadras das Escolas que ainda persistem apesar de toda Globalização, e de todos eles destaco a quadra mais recente da Portela, conhecida como Portelão, por ser maior que a quadra antiga, Portelinha. E que também fica pertinho da linha do trem em Madureira, na Rua Clara Nunes 81.
E todos os sambas que rolam pela Cidade Maravilhosa sejam famosos ou anônimos, como o Samba do Escadinha, onde orgazizávamos rodas de partido com o cavaco do Rômulo e o Tan-tan do Barreto, entre outros. E o Escada fica na Rua dos Artistas, bem em frente os falecido bar Estephanio´s muito frequentado por ninguém menos que Aldir Blanc, que reside nas redondezas.
E não podemos nos esquecer do dia 2 de Dezembro, Dia Nacional do Samba, dia em que os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, dos dois lados da linha do trem, apresentam um pagode em cada esquina, sem exageros.
Também o pagode do Cacique de Ramos, de onde surgiu toda a nata do Fundo de Quintal; Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, Jovelina Pérola Negra, Dudu Nobre, Arlindo Cruz, dentre outros, estiveram entre eles.
Há o Bip-Bip, em Copacabana, a 100 metros da praia, cujo dono, Alfredinho, é figura notória por ser mau-humor e rabujice.
Ainda há o pagode da Tia Doca, que faleceu recentemente, de onde muitos partideiros do cacique também participam, e que tem um feijão maravilhoso e uma cerveja bem gelada. Fica bem na beira da linha do trem na estação de Madureira, que Arlindo Cruz cita tão bem em seu samba "Meu Lugar".
Há também os sambas nas quadras das Escolas que ainda persistem apesar de toda Globalização, e de todos eles destaco a quadra mais recente da Portela, conhecida como Portelão, por ser maior que a quadra antiga, Portelinha. E que também fica pertinho da linha do trem em Madureira, na Rua Clara Nunes 81.
E todos os sambas que rolam pela Cidade Maravilhosa sejam famosos ou anônimos, como o Samba do Escadinha, onde orgazizávamos rodas de partido com o cavaco do Rômulo e o Tan-tan do Barreto, entre outros. E o Escada fica na Rua dos Artistas, bem em frente os falecido bar Estephanio´s muito frequentado por ninguém menos que Aldir Blanc, que reside nas redondezas.
E não podemos nos esquecer do dia 2 de Dezembro, Dia Nacional do Samba, dia em que os bairros de Madureira e Oswaldo Cruz, dos dois lados da linha do trem, apresentam um pagode em cada esquina, sem exageros.
esquinas em que estive - samba do trabalhador
Moacyr Luz. Tendo o Samba Luzia nas noites de sexta e o Samba da Ouvidor nas tardes de sábado, realiza(va) essa roda nas tardes de segunda-feira. Isso mesmo: segunda-feira! e o nome é mesmo esse Samba do Trabalhador, pois, como dizia o próprio Moa, como músico trabalha quinta, sexta, sábado e domingo, a segunda-feira é o final de semana deles.
E foi com esse espírito de final de semana que Moa começou a reunir músicos amigos no Clube Renascença para uma brincadeira, mas com o tempo a brincadeira virou coisa séria e o pagode começou a bombar.
O Clube Renascença fica no Andaraí, bairro em que nasci, bem na rua onde era o Centro de Tecnologia do Banco de Brasil do Rio de Janeiro, antes de ser todo tranferido para Brasília.
Frequentei esse pagode há 5 anos atrás, e como não tenho estado no Rio nas tardes de segunda, não sei se ele ainda existe. Mas fica o aviso, ou a lembrança.
esquinas em que estive - samba da ouvidor
Moacyr Luz organiza essa roda nas tardes de sábado na Travessa do Ouvidor, que é comecinho ou finalzinho da Rua do Ouvidor que é belamente cantada por Elis Regina na música "Black is Beautiful" (composição de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle).
Bem pertinho da Praça XV na beirada da Baía de Guanabara.
Antigamente, o pagode era feito bem na Travessa, entre a Livraria Travessa e o Bar Antigamente.
Com o sucesso e a crescente aglomeração a Travessa foi ficando estreita, e hoje o samba é orgazinado em frente ao prédio da antiga Bolsa de Valores do RJ, onde fiz estágio.
esquinas em que estive - samba luzia
Moacyr Luz comanda a roda no Clube Santa Luzia, nas noites de sexta-feira, bem ao lado do Aeroporto Santos Dumont, já desembarquei e subi pro samba de mala e cuia.
O último pagode em que vi Luiz Carlos da Vila.
esquinas em que estive - pagode da arruda
Agora do lado de cá dos Arcos, vindo pela Rua do Riachuelo, suba à direita a ladeira em frente a Sinuca da Lapa para chegar ao Pagode da Arruda. No vídeo, Ilustre Dona Ivone Lara.
esquinas em que estive - beco do rato
Ainda do lado de lá dos Arcos, há uns 400 metros do Bar Semente, ainda na Lapa, porém quase na Glória, no final da Rua da Lapa, no começo da Rua da Glória, à esquerda, o Beco do Rato.
Partido Alto no Beco.
Recital de Poemas, Ratos diVersos.
esquinas em que estive - bar semente
Bar semente, de onde surgiu o Grupo Semente, onde cantam Teresa Cristina e Pedro Miranda, que aparecem no vídeo.
Vindo pela Rua Riachuelo, logo após passar sob os Arcos da Lapa, suba a ladeira à primeira direita, no fim da ladeira, bem na esquina, ali fica o Bar Semente.
Paulão 7 Cordas no Semente.
Alfredo Del Penho no Semente
Yamandu Costa no Semente
Comuna do Semente em Exaltação à Mangueira
10/07/2010
04/07/2010
03/07/2010
Um filme que explora as nuances entre médico e paciente. E que discute as diferentes terapias, de um lado a psiquiatria, a psicofisiologia, a psicofarmacologia e o tratamento de choque, e de outro, a psicanálise, o psicodrama, a terapia de grupo e o tratamento pela interação.
Pacientes em tratamento há anos no sanatório, encontram a cura quando saem a rua acidentalmente e, "no mundo real", enfrentam face a face suas recalques.
Mas também mostra como nossos distúrbios podem nos servir de escudo, quando nos convém.
E exemplifica, de maneira cômica, como é tênue a fronteira entre o normal e o anormal. E como a loucura, muitas vezes, é questão de circunstância.
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