There are no peoples however primitive whitout religion and magic. Nor are there, it must be addedat once, any savage races lacking either in the scientific attitude or in science, though this lack has been frequently attibuted to them. In every primitive community, studied by trust-whorty and competent observers, there have been found two clearly distinguishable domains, the Sacred and the Profane, in other words, the domain of Magic and Religion and that of Science.
On the onde hand there are the traditional acts and observances, regarded by the natives as sacred, carried out whit reverence and awe, hedged around whit prohibitions and special rules of behavior. Such acts and observances are always associated whit belifs in supernatural forces, especially those of magic, orr whit ideas about beings, spirits, ghosts, dead ancestors, or gods. On the other hand, a moment´s reflection is sufficient to show that no art or craft however primitive could have been invented or maintained, no organized form of hunting, fishing, tilling, or search for food could be carried out without the careful observation of natural process and a firm belief in its regularity, whitout the power of reasonig and whitout confidence in the power of reason, that is, whitout the rudiments of science.
Bronislaw Malinowski
15/09/2009
13/09/2009
Epistemes
No início eram a religião e a ciência, e a magia conectando ambas.
Com o surgimento do monoteísmo, a religião foi expurgando a magia.
E com o avanço das ciências. A Ciência foi repelindo a magia. E depois foi repelindo a própria religião.
E com o empirismo, a filosofia analítica, o pragmatismo e o positivismo, a filosofia foi exorcizando a metafísica.
Com o surgimento do monoteísmo, a religião foi expurgando a magia.
E com o avanço das ciências. A Ciência foi repelindo a magia. E depois foi repelindo a própria religião.
E com o empirismo, a filosofia analítica, o pragmatismo e o positivismo, a filosofia foi exorcizando a metafísica.
Neo Quixote
O que me impressiona em Matrix é o carácter quixotesco de Neo. The number One.
A confusão entre realidade e ficção, bem como o embate entre criador e criatura. Homem vs Tecnologia.
Messianismo ou Loucura?
A confusão entre realidade e ficção, bem como o embate entre criador e criatura. Homem vs Tecnologia.
Messianismo ou Loucura?
07/09/2009
Vide e Duvide
18/08/2009
Influências
Num livro que Osmar me emprestou, Joel Rufino dos Santos enumera Einstein, Freud e Marx como os pensadores mais influentes do século XX.
Interessante notar que todos possuem ascedência judaica.
Mas mais interessante é perceber que um de meus pensadores prediletos, o etnólogo francês, Claude Levi-Strauss, teve sua teoria antropológica decisivamente influenciada por Marx e Freud.
De Freud ele herdou a noção de inconsciente, e de Marx herdou o conceito de infra-estrutura social. Substituindo a infra-estratura econômica de Marx, por uma infra-estratura inconsciente, cravada nos mitos, costumes, etiquetas, parentescos. De maneira mais profunda do que simplesmente nas relações de trabalho, produção, troca e consumo.
Mais tarde Levi-Strauss nega, condena e critica muitos preceitos das teorias marxista e freudiana. Num exemplo de parricídio muito comum na história da ciência moderna.
Porém, creio que a maior influência sobre Levi-Strauss veio do estruturalismo de Ferdinand Saussure, por razões óbvias. E aí está um dos motivos pela recusa à Marx, visto que a teoria marxista consiste numa espécie de glorificação da história, herdada de Hegel, ao passo que o estruturalismo sausurreano é sincrônico, isto é, crê num diminuto poder da história, sobretudo nas sociedades primitivas, que a substituem pelas narrativas mitológicas. E dizendo os mitos muito pouco sobre a formação do universo, versam demais sobre a formação daquela população específica.
Voltando a dar maior atenção à tríade citada por Rufino, podemos dizer que, hoje em dia, apenas Einstein sobrevive, com sua teoria da relatividade. Embora um pouco chamuscado por alguns paradigmas da teoria quântica. Que ele desacreditou ao dizer que Deus não joga dados.
Já Marx não é quase mais estudado nas escolas de economia. Como já ouvi dizer que o mesmo ocorre com Freud nas faculdades de psicologia. E uma das maiores críticas que ambos sofrem é a falta de rigidez de sua teorias. A falta de empirismo, por assim dizer. Miguel Nicolelis, paulista, palmeirense, e um dos maiores neurocientistas do mundo, ao ser perguntado sobre a teoria freudiana, critíca a falta de dados mensuráveis. Mesma crítica que sofre Marx. E que leva Karl Popper, epistemologista austríaco, a se quer considerar a psicanálise e a teoria marxista como ciência.
Podemos dizer que, em linhas gerais, Einsten foi um pensador da 'physis', Freud foi um pensador da 'psiqué' e Marx foi um pensador do 'ethos'.
E apenas o primeiro ainda permanece com sua reputação relativamente imaculada. E creio que isso se dá pelo fato de que por mais complexos que sejam o comportamento da natureza, me parecem sempre muito mais simples do que os comportamentos da humanidade, embora essa se origine daquela e faça dela parte indispensável a si.
Interessante notar que todos possuem ascedência judaica.
Mas mais interessante é perceber que um de meus pensadores prediletos, o etnólogo francês, Claude Levi-Strauss, teve sua teoria antropológica decisivamente influenciada por Marx e Freud.
De Freud ele herdou a noção de inconsciente, e de Marx herdou o conceito de infra-estrutura social. Substituindo a infra-estratura econômica de Marx, por uma infra-estratura inconsciente, cravada nos mitos, costumes, etiquetas, parentescos. De maneira mais profunda do que simplesmente nas relações de trabalho, produção, troca e consumo.
Mais tarde Levi-Strauss nega, condena e critica muitos preceitos das teorias marxista e freudiana. Num exemplo de parricídio muito comum na história da ciência moderna.
Porém, creio que a maior influência sobre Levi-Strauss veio do estruturalismo de Ferdinand Saussure, por razões óbvias. E aí está um dos motivos pela recusa à Marx, visto que a teoria marxista consiste numa espécie de glorificação da história, herdada de Hegel, ao passo que o estruturalismo sausurreano é sincrônico, isto é, crê num diminuto poder da história, sobretudo nas sociedades primitivas, que a substituem pelas narrativas mitológicas. E dizendo os mitos muito pouco sobre a formação do universo, versam demais sobre a formação daquela população específica.
Voltando a dar maior atenção à tríade citada por Rufino, podemos dizer que, hoje em dia, apenas Einstein sobrevive, com sua teoria da relatividade. Embora um pouco chamuscado por alguns paradigmas da teoria quântica. Que ele desacreditou ao dizer que Deus não joga dados.
Já Marx não é quase mais estudado nas escolas de economia. Como já ouvi dizer que o mesmo ocorre com Freud nas faculdades de psicologia. E uma das maiores críticas que ambos sofrem é a falta de rigidez de sua teorias. A falta de empirismo, por assim dizer. Miguel Nicolelis, paulista, palmeirense, e um dos maiores neurocientistas do mundo, ao ser perguntado sobre a teoria freudiana, critíca a falta de dados mensuráveis. Mesma crítica que sofre Marx. E que leva Karl Popper, epistemologista austríaco, a se quer considerar a psicanálise e a teoria marxista como ciência.
Podemos dizer que, em linhas gerais, Einsten foi um pensador da 'physis', Freud foi um pensador da 'psiqué' e Marx foi um pensador do 'ethos'.
E apenas o primeiro ainda permanece com sua reputação relativamente imaculada. E creio que isso se dá pelo fato de que por mais complexos que sejam o comportamento da natureza, me parecem sempre muito mais simples do que os comportamentos da humanidade, embora essa se origine daquela e faça dela parte indispensável a si.
15/08/2009
Albert Camus
"Após cinco minutos de suspensão, durante os quais o meu advogado me disse que tudo corria bem, foi ouvido o Celeste, que era citado pela defesa. A defesa era eu. Celeste deitava, de tempos a tempos, olhares na minha direção e rodava o panamá nas mãos. Trazia o terno novo que punha aos domingos, quando ia comigo às corridas de cavalos. Mas julgo que não conseguira por o colarinho, pois apenas um botão de metal lhe conservava a camisa fechada. Perguntaram-lhe se eu era seu cliente e ele respondeu: - Sim, mas era também meu amigo - ; o que pensava de mim, e ele respondeu que eu era um homem; o que queria dizer com isso, e ele declarou que toda a gente sabia o que isso queria dizer; se notara que eu era taciturno, e ele reconheceu apenas que eu não falava por falar. O advogado de acusação perguntou-lhe se eu pagava regurlamente as minhas despesas. Celeste riu-se e declarou:- Isso era entre mim e ele. - Perguntaram-lhe ainda o que pensava do meu crime. Pôs então as duas mãos na barra e via-se que preparara qualquer coisa. Disse: - Para mim, foi uma desgraça. Toda a gente sabe o que é uma desgraça. Pois bem, na minha opinião, foi uma desgraça..."
(em O Estrangeiro)
(em O Estrangeiro)
Gaston Bachelard
"Tem-se repetido com frequência, a partir de William James, que todo homem culto segue fatalmente uma metafísica. Parece-nos mais exato dizer que todo homem, no seu esforço de cultura científica, apoia-se não exatamente numa, e sim em duas metafísicas e que essas metafísicas naturais e convincentes, implícitas e tenazes, são contraditórias. Dando-lhes apressadamente um nome provisório, designemos essas duas atitudes filosóficas fundamentais, tranquilamente associadas no espírito cientíifico moderno, pelas etiquetas clássicas de racionalismo e realismo..."
(em O Novo Espírito Científico)
(em O Novo Espírito Científico)
Merleau-Ponty
"..., a metafísica, reduzida pelo kantismo ao sistema de princípios empregados pela razão na constituição da ciência ou do universo moral, radicalmente contestada, nessa função diretriz, pelo positivismo, no entanto, não cessou de levar uma espécie de vida clandestina na literatura e na poesia, onde hoje os críticos a reencontram..."
(em O Metafísico no Homem)
(em O Metafísico no Homem)
04/07/2009
Comer e Comer
Beijo seus seios.
Beijo
seus seios fora
de suas naturais utilidades
são como inúteis
seios fora
do período lactante
tão desnecessárias bocas
abertas
quando não há alimento
a boca moça madura inútil
baba
os seios murchos desnecessários moços
São muitas as semelhanças entre o ato de fazer sexo e o ato de se alimentar.
Sobretudo, são atitudes de extremo valor fisiológico. O sexo e a alimentação são a preservação das espécies. A alimentação a preservação imediata, come-se para manter-se vivo, e viva a humanidade através de ti. O sexo a preservação mediada, faz-se para trazer outrem à vida, e a humanidade viva através da sua descendência.
E participando de tamanha utilidade biológica, não é de espantar que tanto sexo como alimentação sejam atividades extremamente sinésticas. Me custa lembrar de outras atividades que envolvam todos os sentidos concomitantemente e em tamanho grau de êxtase e intensão.
Pois alimentar-se é o paladar e o olfato que percebem os alimentos, e por mais óbvios que sejam esses sentidos no ato da alimentação, não raras vezes se confundem. E por isso quando temos secreções a nos entupir as vias nasais e a nos interromper o sentido do olfato, julgamos que muitos alimentos perdem o gosto, o paladar. Na verdade, nada mais é isso do que nosso confusão sinestésica diante dos alimentos. Entre o que é cheiro e o que é gosto.
Mas além dos dois sentidos químicos, tão basilares no alimentar-se, também temos os demais sentidos se fazendo presente. Pois o vislumbramento do alimento pronto e disposto à nossa frente, bem como o contato do alimento com nossas mãos (reduzido pela civilidade dos talheres) e o contato do alimento com todo nosso sistema digestivo (lábios, língua, palato, dentes, garganta, etc) são a prova da importância da visão e do tato no alimentar-se.
Bem como o som do alimento sendo preparado e sendo mastigado e deglutido, por prazerosos que são, demonstram a importância da audição no alimentar-se.
E assim também se dá o sexo. Com a obviedade da importância do tato (reduzido pelo risco de doenças venéreas). E com a importância do ver, do ouvir, do cheirar e do provar. E não deixa de ser interessante que a palavra provar esteja associada à ideia de testar o paladar.
E sendo tarefas de primordial função biológica, não é de se espantar que tanto o sexo quanto a alimentação tenham sido elaboradas de maneira irresistível pela natureza. E também não é de causar espanto que sejam questões culturais de extrema importância.
Podemos dizer que a função de procriação do sexo e de reenergização dos alimentos foram bastante reduzidas em detrimento das funções sociais de ambos.
E se os homens não podem se livrar totalmente dos limites naturalmente impostos, se esforçam por imaginar, criar e recriar novos limites divinos, com inteligência, através da cultura.
Em diversas sociedades pagãs existiam orgias, com a magnificação do sexo e da alimetação em conjunto. Prova disso eram os bacanais, festas em ode ao Deus Baco, o Deus Greco-Romano do vinho.
Porém, atualmente, o sexo é visto como algo muito restrito, secreto, e, portanto, capaz de fomentar os maiores recalques. Estão aí os psicanalistas.
Já o ato de alimentar-se em conjunto, continuou muito disseminado nas culturas atuais. Prova disso são as importâncias dos banquetes, pique-niques, churrascos, feijoadas, e demais pratos e sobremesas típicos de diversas regiões ao longo do globo e de diversas épocas e estações ao largo dos anos. Não é de se espantar a estranheza que causa alguém a se alimentar sozinho.
E aproveito para indicar o filme "Estômago", produção brasileira, com João Miguel e Babu Santana. Que fala da importância da culinária e do poder que ela distingue em todas as esferas sociais. Bem como de suas sutis relações com o sexo.
E para finalizar, faço alusão ao fato de que, para diversas culturas mitológicas, somos feitos de terra, viemos dela, e para ela voltaremos. E é a fecundidade da terra que nos dá os alimentos para que permaneçamos vivos. E é a fecunidade dos homens que dá mais alimentos à terra, quando já não mais viverem.
Beijo
seus seios fora
de suas naturais utilidades
são como inúteis
seios fora
do período lactante
tão desnecessárias bocas
abertas
quando não há alimento
a boca moça madura inútil
baba
os seios murchos desnecessários moços
São muitas as semelhanças entre o ato de fazer sexo e o ato de se alimentar.
Sobretudo, são atitudes de extremo valor fisiológico. O sexo e a alimentação são a preservação das espécies. A alimentação a preservação imediata, come-se para manter-se vivo, e viva a humanidade através de ti. O sexo a preservação mediada, faz-se para trazer outrem à vida, e a humanidade viva através da sua descendência.
E participando de tamanha utilidade biológica, não é de espantar que tanto sexo como alimentação sejam atividades extremamente sinésticas. Me custa lembrar de outras atividades que envolvam todos os sentidos concomitantemente e em tamanho grau de êxtase e intensão.
Pois alimentar-se é o paladar e o olfato que percebem os alimentos, e por mais óbvios que sejam esses sentidos no ato da alimentação, não raras vezes se confundem. E por isso quando temos secreções a nos entupir as vias nasais e a nos interromper o sentido do olfato, julgamos que muitos alimentos perdem o gosto, o paladar. Na verdade, nada mais é isso do que nosso confusão sinestésica diante dos alimentos. Entre o que é cheiro e o que é gosto.
Mas além dos dois sentidos químicos, tão basilares no alimentar-se, também temos os demais sentidos se fazendo presente. Pois o vislumbramento do alimento pronto e disposto à nossa frente, bem como o contato do alimento com nossas mãos (reduzido pela civilidade dos talheres) e o contato do alimento com todo nosso sistema digestivo (lábios, língua, palato, dentes, garganta, etc) são a prova da importância da visão e do tato no alimentar-se.
Bem como o som do alimento sendo preparado e sendo mastigado e deglutido, por prazerosos que são, demonstram a importância da audição no alimentar-se.
E assim também se dá o sexo. Com a obviedade da importância do tato (reduzido pelo risco de doenças venéreas). E com a importância do ver, do ouvir, do cheirar e do provar. E não deixa de ser interessante que a palavra provar esteja associada à ideia de testar o paladar.
E sendo tarefas de primordial função biológica, não é de se espantar que tanto o sexo quanto a alimentação tenham sido elaboradas de maneira irresistível pela natureza. E também não é de causar espanto que sejam questões culturais de extrema importância.
Podemos dizer que a função de procriação do sexo e de reenergização dos alimentos foram bastante reduzidas em detrimento das funções sociais de ambos.
E se os homens não podem se livrar totalmente dos limites naturalmente impostos, se esforçam por imaginar, criar e recriar novos limites divinos, com inteligência, através da cultura.
Em diversas sociedades pagãs existiam orgias, com a magnificação do sexo e da alimetação em conjunto. Prova disso eram os bacanais, festas em ode ao Deus Baco, o Deus Greco-Romano do vinho.
Porém, atualmente, o sexo é visto como algo muito restrito, secreto, e, portanto, capaz de fomentar os maiores recalques. Estão aí os psicanalistas.
Já o ato de alimentar-se em conjunto, continuou muito disseminado nas culturas atuais. Prova disso são as importâncias dos banquetes, pique-niques, churrascos, feijoadas, e demais pratos e sobremesas típicos de diversas regiões ao longo do globo e de diversas épocas e estações ao largo dos anos. Não é de se espantar a estranheza que causa alguém a se alimentar sozinho.
E aproveito para indicar o filme "Estômago", produção brasileira, com João Miguel e Babu Santana. Que fala da importância da culinária e do poder que ela distingue em todas as esferas sociais. Bem como de suas sutis relações com o sexo.
E para finalizar, faço alusão ao fato de que, para diversas culturas mitológicas, somos feitos de terra, viemos dela, e para ela voltaremos. E é a fecundidade da terra que nos dá os alimentos para que permaneçamos vivos. E é a fecunidade dos homens que dá mais alimentos à terra, quando já não mais viverem.
13/06/2009
Cheiro do Ralo
"O Templo é sagrado porque não está a venda."
É bem conhecida a passagem bíblica em que Jesus, indignado, age de maneira intempestiva, a reprimir os comerciantes que se alojavam no templo.
E na esteira do pensamento binário e antinomial que acompanha a humanidade, uma das dicotomias mais presentes e intrigantes é a que se dá entre o Sagrado e o Profano.
E é interessante como o dinheiro é visto como o principal agente profanador, capaz de dessacralizar o mais sublime objeto.
Talvez, por isso, o conselho, em outra famosa passagem bíblica, que diz não se poder ter dois senhores. Ou Deus, ou Mamôn. Ou o sagrado, ou o profano. Ou o santo, ou o dinheiro.
A moeda sempre foi vista como algo moralmente sujo, um mal necessário. E a cobrança de juros, que é a forma de se fazer mais dinheiro a partir do dinheiro, era proibida na Antiguidade e na Idade Média. Cabendo essa tarefa suja, de emprestar a juros, aos judeus, que se lançavam a esse trabalho, uma vez que eram impedidos de realizar outras funções julgadas mais dignas. O Mercador de Veneza, de Shakespeare, esclarece bem tal situação.
Há a condenação à prostituição, que é ceder o corpo, que é templo, por dinheiro. A prática profana do sexo. Instigante é o silêncio em relação à escravidão.
E, por isso tudo, são bastante nevrálgicas as questões referentes a indulgências e dízimos.
Sabemos que o dinheiro pode comprar as coisas belas e úteis. Mas os valores que atribuimos às coisas é de fato bastante subjetivo.
Mas o valor que damos às coisas sagradas, esse é um valor inatingível. O dinheiro não pode comprar o que é sacro. E se o dinheiro compra, sacro não pode ser. Por isso a citação do provérbio oriental no princípio do texto.
Mas sagrado, para nós, pode ser qualquer coisa que não tenha preço. Uma mera fotografia, uma caixinha de jóias sem jóia alguma.
E daí a dura crueldade do personagem de Selton Melo no filme que dá nome a esse post. Ele nada mais é do que um profanador. Pessoas em desespero vem a ele, para vender o que lhes resta de mais sagrado. E ele as humilha, comprando por um baixo preço, ou, o que é pior, se recusando a pagar qualquer preço, por menor que seja.
Mas por outro lado, se contenta em pagar as maiores somas de dinheiro para ter o que acha importante. Seja a bunda, o sexo, um olho de vidro ou uma perna mecânica.
Se recusa a fazer sexo por amor. Um sexo sagrado. Quer comprar o sexo, pagá-lo, profanizá-lo.
E a sagrada figura paterna, ausente em sua vida, ele a compra, por partes, a prestações, para montar seu próprio pai, um robô profano.
É bem conhecida a passagem bíblica em que Jesus, indignado, age de maneira intempestiva, a reprimir os comerciantes que se alojavam no templo.
E na esteira do pensamento binário e antinomial que acompanha a humanidade, uma das dicotomias mais presentes e intrigantes é a que se dá entre o Sagrado e o Profano.
E é interessante como o dinheiro é visto como o principal agente profanador, capaz de dessacralizar o mais sublime objeto.
Talvez, por isso, o conselho, em outra famosa passagem bíblica, que diz não se poder ter dois senhores. Ou Deus, ou Mamôn. Ou o sagrado, ou o profano. Ou o santo, ou o dinheiro.
A moeda sempre foi vista como algo moralmente sujo, um mal necessário. E a cobrança de juros, que é a forma de se fazer mais dinheiro a partir do dinheiro, era proibida na Antiguidade e na Idade Média. Cabendo essa tarefa suja, de emprestar a juros, aos judeus, que se lançavam a esse trabalho, uma vez que eram impedidos de realizar outras funções julgadas mais dignas. O Mercador de Veneza, de Shakespeare, esclarece bem tal situação.
Há a condenação à prostituição, que é ceder o corpo, que é templo, por dinheiro. A prática profana do sexo. Instigante é o silêncio em relação à escravidão.
E, por isso tudo, são bastante nevrálgicas as questões referentes a indulgências e dízimos.
Sabemos que o dinheiro pode comprar as coisas belas e úteis. Mas os valores que atribuimos às coisas é de fato bastante subjetivo.
Mas o valor que damos às coisas sagradas, esse é um valor inatingível. O dinheiro não pode comprar o que é sacro. E se o dinheiro compra, sacro não pode ser. Por isso a citação do provérbio oriental no princípio do texto.
Mas sagrado, para nós, pode ser qualquer coisa que não tenha preço. Uma mera fotografia, uma caixinha de jóias sem jóia alguma.
E daí a dura crueldade do personagem de Selton Melo no filme que dá nome a esse post. Ele nada mais é do que um profanador. Pessoas em desespero vem a ele, para vender o que lhes resta de mais sagrado. E ele as humilha, comprando por um baixo preço, ou, o que é pior, se recusando a pagar qualquer preço, por menor que seja.
Mas por outro lado, se contenta em pagar as maiores somas de dinheiro para ter o que acha importante. Seja a bunda, o sexo, um olho de vidro ou uma perna mecânica.
Se recusa a fazer sexo por amor. Um sexo sagrado. Quer comprar o sexo, pagá-lo, profanizá-lo.
E a sagrada figura paterna, ausente em sua vida, ele a compra, por partes, a prestações, para montar seu próprio pai, um robô profano.
Hermes x Afrodite
São contraditórias as teorias que afirmam uma predominância feminina na pré-história, mas não deixam de fazer certo sentido.
Interessante foi observar o depoimento de um componente de uma sociedade indígena que subsiste às cercanias do Mar da Prata.
Perguntado sobre o motivo por que são vedados, às mulheres, os segredos e ritos de passagem e iniciação. Sua explicação foi que no início o mundo era dominado por elas. Então, eles viraram o jogo. E mantinham tais práticas para manter tais privilégios.
O certo é que encontramos sociedades pagãs e politeístas que são patriarcais. Sendo a Grécia um exemplo muito claro.
Mas não é raro se dizer que foi o surgimento das religiões monoteístas que ajudaram a consolidar as sociedades machistas. A troca da divindade da Mãe Terra pelo Deus Pai.
O fato é que a linguagem poético-mitológica, empregada pelos antigos em suas cosmologias, é frequentemente assumida como uma linguagem feminina, por polissêmica que é.
E as 3 grandes religiões monoteístas basearam seus textos sagrados nesse tipo de linguagem. E por isso hoje sofrem ataques desenfreados da atual sociedade masculina, em busca de sua linguagem lógica, matemática, linear e sem ambiguidades.
Interessante foi observar o depoimento de um componente de uma sociedade indígena que subsiste às cercanias do Mar da Prata.
Perguntado sobre o motivo por que são vedados, às mulheres, os segredos e ritos de passagem e iniciação. Sua explicação foi que no início o mundo era dominado por elas. Então, eles viraram o jogo. E mantinham tais práticas para manter tais privilégios.
O certo é que encontramos sociedades pagãs e politeístas que são patriarcais. Sendo a Grécia um exemplo muito claro.
Mas não é raro se dizer que foi o surgimento das religiões monoteístas que ajudaram a consolidar as sociedades machistas. A troca da divindade da Mãe Terra pelo Deus Pai.
O fato é que a linguagem poético-mitológica, empregada pelos antigos em suas cosmologias, é frequentemente assumida como uma linguagem feminina, por polissêmica que é.
E as 3 grandes religiões monoteístas basearam seus textos sagrados nesse tipo de linguagem. E por isso hoje sofrem ataques desenfreados da atual sociedade masculina, em busca de sua linguagem lógica, matemática, linear e sem ambiguidades.
29/04/2009
Proximidades
Sabe-se, segundo Gaston Bachelard, que não há ciência exata, pois todo conhecimento é aproximado.
Mas é comum separar as ciências físicas e naturais das ciências sociais e humanas, e fazer crer intransponível tal separação.
Mas talvez seja interessante observar que três dos maiores antropólogos que já houve, tiveram formação original em física, no caso do polonês Bronisław Kasper Malinowski e do senegalês Cheikh Anta Diop, e matemática, no caso da luso-brasileira Manuela Carneiro da Cunha.
E o filme "O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias" corroba a principal teoria de Diop e de seu colega congolês Théophile Obenga.
Mas é comum separar as ciências físicas e naturais das ciências sociais e humanas, e fazer crer intransponível tal separação.
Mas talvez seja interessante observar que três dos maiores antropólogos que já houve, tiveram formação original em física, no caso do polonês Bronisław Kasper Malinowski e do senegalês Cheikh Anta Diop, e matemática, no caso da luso-brasileira Manuela Carneiro da Cunha.
E o filme "O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias" corroba a principal teoria de Diop e de seu colega congolês Théophile Obenga.
10/04/2009
Linha de Passe
Dois fatores de coesão são
futebol e religão.
E sendo a religiao muuuuito mais antiga que o futebol,
surge o futebol como religião.
Veja o filme de Walter Salles.
futebol e religão.
E sendo a religiao muuuuito mais antiga que o futebol,
surge o futebol como religião.
Veja o filme de Walter Salles.
05/04/2009
04/04/2009
Cabral e eu
O Afiador de Facas, Malevich
É-me permitido, ao menos em meu blog, emparelhar um poema meu a um poema do Homem de Ferro. E de Pedra.
A JCMN
os homens são fracas
facas de cortar palavras
da bainha a lâmina sai
logo se corta uma palavra
as palavras vão como águas
afiando aquelas facas
éguas que amolam o duro
touro que as ataca
mas mais dourados que sejam
seu falo, seu falo, seu falo
o boi cornado nunca
fecunda o que é do cavalo
http://www.revista.agulha.nom.br/joao05.html
Eros e Psiquê
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa
De Masi, Osmar e Eu
Um poema dedicado recentemente, nesse blog, a um amigo recente, vai explicado pelas palavras de Domenico de Masi, o sociólodo do trabalho, do ócio, do lazer, da tecnologia, da estética e da arte, em seu livro Grupos Criativos.
"Os caçadores prosseguirão durante séculos a perseguir as suas presas, mas o espírito da pesquisa se transferirá, aos poucos, da aventura física da caça à aventura espiritual da ciência e da arte.
Eu, que escrevo este livro, os milhares de cientistas e artistas que neste mesmo momento estão trabalhando nos seus laboratórios, nos seus ateliês, nos seus estúdios, não fazemos outra coisa senão repetir na escrivaninha ou na prancheta, e de forma abstrata, aqueles mesmos atos de exploração, perseguição e criação que os nossos antepassados hominídeos praticavam materialmente nas estepes e cavernas."
"Os caçadores prosseguirão durante séculos a perseguir as suas presas, mas o espírito da pesquisa se transferirá, aos poucos, da aventura física da caça à aventura espiritual da ciência e da arte.
Eu, que escrevo este livro, os milhares de cientistas e artistas que neste mesmo momento estão trabalhando nos seus laboratórios, nos seus ateliês, nos seus estúdios, não fazemos outra coisa senão repetir na escrivaninha ou na prancheta, e de forma abstrata, aqueles mesmos atos de exploração, perseguição e criação que os nossos antepassados hominídeos praticavam materialmente nas estepes e cavernas."
30/03/2009
Nei Lopes
control + c; control + v no blog do Nei
O OLHO MAIS AZUL
O respeitável público, com toda a razão, cobra um pronunciamento do Lote sobre a metáfora dos “olhos azuis” espanada pelo Presidente Lua na cara dos banqueiros internacionais. Mas o pronunciamento já tinha sido feito, em 2004, na primeira edição da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, que estamos revisando e atualizando para futura edição. Vejam estes dois verbetes:
“LOURO, Idealização do tipo. - A idealização e a angelização do indivíduo branco de cabelos louros parecem ser, segundo Gilberto Freyre, reações à supervalorização da beleza “moura” na Europa medieval. Assim, ao mito e às lendas da Moura Encantada, que se dizia possuir beleza perturbadora, seguiram-se os da Moura Torta, esta aleijada e feia, com a associação dos não-brancos a anjos maus, traidores e decaídos, e do tipo louro a personagens divinas e angelicais. Entretanto, segundo o historiador grego Heródoto, os antigos egípcios evitavam a companhia de pessoas de rosto claro e cabelos ruivos, por considerá-las maléficas; e, no tempo em que os sacrifícios humanos eram usuais, indivíduos louros eram estrangulados sob o túmulo de Osíris* ou queimados vivos.”
“BLUEST EYE, The. Romance de estréia da escritora Tony Morrison*, publicado em 1969 e lançado no Brasil, em 2003, sob o título O olho mais azul. Nele, a autora questiona o papel das bonecas brancas de olhos azuis na formação psicológica das meninas negras. De objeto de sonho elas se tornariam um pesadelo, atormentando essas meninas com a constatação de que só com olhos azuis poderiam exercer magia e fascínio, obtendo, em troca, carinho e meiguice. No Brasil, no final do século XX, a indústria de brinquedos – talvez sensibilizada, mercadologicamente, por esse tipo de questionamento – começava timidamente a fabricar bonecas negras. Ver LOURO, Idealização do tipo.”
O OLHO MAIS AZUL
O respeitável público, com toda a razão, cobra um pronunciamento do Lote sobre a metáfora dos “olhos azuis” espanada pelo Presidente Lua na cara dos banqueiros internacionais. Mas o pronunciamento já tinha sido feito, em 2004, na primeira edição da Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana, que estamos revisando e atualizando para futura edição. Vejam estes dois verbetes:
“LOURO, Idealização do tipo. - A idealização e a angelização do indivíduo branco de cabelos louros parecem ser, segundo Gilberto Freyre, reações à supervalorização da beleza “moura” na Europa medieval. Assim, ao mito e às lendas da Moura Encantada, que se dizia possuir beleza perturbadora, seguiram-se os da Moura Torta, esta aleijada e feia, com a associação dos não-brancos a anjos maus, traidores e decaídos, e do tipo louro a personagens divinas e angelicais. Entretanto, segundo o historiador grego Heródoto, os antigos egípcios evitavam a companhia de pessoas de rosto claro e cabelos ruivos, por considerá-las maléficas; e, no tempo em que os sacrifícios humanos eram usuais, indivíduos louros eram estrangulados sob o túmulo de Osíris* ou queimados vivos.”
“BLUEST EYE, The. Romance de estréia da escritora Tony Morrison*, publicado em 1969 e lançado no Brasil, em 2003, sob o título O olho mais azul. Nele, a autora questiona o papel das bonecas brancas de olhos azuis na formação psicológica das meninas negras. De objeto de sonho elas se tornariam um pesadelo, atormentando essas meninas com a constatação de que só com olhos azuis poderiam exercer magia e fascínio, obtendo, em troca, carinho e meiguice. No Brasil, no final do século XX, a indústria de brinquedos – talvez sensibilizada, mercadologicamente, por esse tipo de questionamento – começava timidamente a fabricar bonecas negras. Ver LOURO, Idealização do tipo.”
Religare
Pouco me importam os compêndios de ética metáfica, e se Deus e a vida após a morte existem ou não.
E tão pouco me importa se existem ou não existem o Bem supremo e o Mal absoluto.
Não me importa a genitália dos anjos, não me importa quem criou o criador.
O que me importa é a função social da fé, das religiões e suas crenças.
Como a religião organiza a sociedade. E como a sociedade se organiza em torno da religião.
E tão pouco me importa se existem ou não existem o Bem supremo e o Mal absoluto.
Não me importa a genitália dos anjos, não me importa quem criou o criador.
O que me importa é a função social da fé, das religiões e suas crenças.
Como a religião organiza a sociedade. E como a sociedade se organiza em torno da religião.
Ponto e Vírgula
"quem fez, sabe que faz."
Me parecem ser, as questões de pontuação, as questãos menos relevantes da linguagem e de seus respectivos estudos.
Digo isso em relação à importância da fonética, da morfologia, da sintaxe e da semântica.
Me parece que a pontuação não influi em nada nos dois primeiros campos e quase nada nos dois últimos.
E, salvo minha rotunda ignorância, me parece que, na linguística, temos geniais estudos de fonologia, morfossintaxe e semântica, e muito pouca coisa em questão de pontuação. Creio que Chomsky seja um exemplo, e Russell talvez seja outro.
Um exemplo bem lúdico de observar a arbritariedade e imprecisão da pontuação na língua portuguesa me parecem ser os romances ou ensaios de José Saraamgo.
E um exxemplo bem interessante me parece ser o fato de Franz Kafka cometer inúmeros erros de pontuação nos seus romances e dar enorme trabalho a seu revisor. Se os erros de Kafka fossem de semântica, estilo, ou raciocínio...
É o que me parece.
Me parecem ser, as questões de pontuação, as questãos menos relevantes da linguagem e de seus respectivos estudos.
Digo isso em relação à importância da fonética, da morfologia, da sintaxe e da semântica.
Me parece que a pontuação não influi em nada nos dois primeiros campos e quase nada nos dois últimos.
E, salvo minha rotunda ignorância, me parece que, na linguística, temos geniais estudos de fonologia, morfossintaxe e semântica, e muito pouca coisa em questão de pontuação. Creio que Chomsky seja um exemplo, e Russell talvez seja outro.
Um exemplo bem lúdico de observar a arbritariedade e imprecisão da pontuação na língua portuguesa me parecem ser os romances ou ensaios de José Saraamgo.
E um exxemplo bem interessante me parece ser o fato de Franz Kafka cometer inúmeros erros de pontuação nos seus romances e dar enorme trabalho a seu revisor. Se os erros de Kafka fossem de semântica, estilo, ou raciocínio...
É o que me parece.
Anacrônicas
O Papa foi à África, pregar contra o uso de preservativos.
O anacronismo, por possuir certo grau de nostalgia e saudosismo, e quando não tão malicioso, leviano, pernicioso e irresponsável, até possui certo glamour.
O infalível argumento papal é que os métodos e objetos de prevenção ao mal, na verdade são métodos e objetos de produção e reprodução do mesmo.
São tão idiotas, aqueles não católicos, que invocam o mal que queriam evitar.
O anacronismo, por possuir certo grau de nostalgia e saudosismo, e quando não tão malicioso, leviano, pernicioso e irresponsável, até possui certo glamour.
O infalível argumento papal é que os métodos e objetos de prevenção ao mal, na verdade são métodos e objetos de produção e reprodução do mesmo.
São tão idiotas, aqueles não católicos, que invocam o mal que queriam evitar.
26/03/2009
Veja(?)
Por que a menina dos olhos da Editora Abril, e o excelentíssimo paladino do Estado de Direito Senhor Doutor Chefe Cacique Presidente do STF Gilmar Mendes, insistem em tachar de criminoso e jogar a pecha de fanático por grampos ilegais (nenhum comprovado) sobre o delegado que prendeu Pitta, Maluf, Najas, Dantas entre outros bandidos de mão grande e colarinho branco?
Essa pergunta não quer calar, e Carta Capital e Caros Amigos não se contentando em perguntá-la, nos oferecem excelentes respostas.
Delegado Protógenes Queiroz e Juiz Fausto De Sanctis, guardem esses nomes.
Essa pergunta não quer calar, e Carta Capital e Caros Amigos não se contentando em perguntá-la, nos oferecem excelentes respostas.
Delegado Protógenes Queiroz e Juiz Fausto De Sanctis, guardem esses nomes.
25/03/2009
Exato
Pra quem ainda crê no mito das ciências exatas, saiba que a biologia, ciência que estuda a vida, ainda não definiu exatamente o que a vida seja nem quando exatamente ela começa.
Autoridade
Vinicius de Moraes adorava futebol
Noam Chomsky desteta foottball
Einsten era contra o nazismo
Heidegger era a favor do nazismo
Newton era a favor da religião, da astrologia e da alquimia
Carl Sagan era contra a astrologia e a alquimia
Luthero era contra a física e a astronomia
Kepler era a favor da religião
Tudo isso justificaria ou desjustificaria o futebol, o football, o nazismo, a religião, a ciência, a astrologia, a alquimia, etc... somente pelo argumento da autoridade. Mas a argumento da autoridade já foi dispensado por quem raciocina e discursa com sinceridade.
E o fato, por exemplo, de Newton ter sido um dos maiores físicos da história e de ter sido cristão, astrólogo e alquimista devoto não impede que se oponha à ciência, a religião, a astrologia ou a alquimia. Uma mente muito atrasada concluiria o oposto.
O fato é que ciência, arte e religião, compoem o tripé do intelecto da humanidade. Se tratam, as três, de realizações inteligentes, oriundas de uma mesma raiz em comum.
Vide as tarefas de caça dos paleolíticos, que possuiam metodologia científica, rituais religiosos e manisfestações artísticas; concatenados e indistintos.
São o mesmo os funerais egípcios. Suas mumificações exemplificam alto grau de conhecimento de anatomia e fisiologia humanas, crença em vida post-mortem religiosamente fundamentada, além de magníficas expressões artísticas.
Porém, com o passar do tempo e o surgimento e aprimoramento de diversas tecnologias, sendo a escrita a mais importante dentre essas, as epistemologias se modificaram sobremaneira.
Então, religião, arte e ciência, começaram a se desenvolver e se desagregar. Não obstante se possa encontrar a presença de cada uma delas nas outras duas, a todo momento.
Entretanto, seguindo a estrutura do yin-yang, da balança do signo astral de Libra e da filosofia heideggeriana, religião e ciência são (arte à parte), hoje em dia e em linhas mestras, opostas, e na medida que são opostas são complementares, assim como sua perna esquerda é oposta a sua perna direita e complementar a ela.
Se se quer justificar a religião, a arte, o esporte, a violência, não basta citar brilhantes cientistas que foram religiosos, artistas, esportistas, ou violentos. E o simples fato de ter havido brilhantes cientistas violentos, esportistas, artistas, ou religiosos, não impede que se oponha a ciência à violência, à religião, à arte, ao esporte.
Devemos buscar outros argumentos.
Sabendo da raiz comum que possuem, se torna ainda mais necessário o incessante diálogo entre religião e ciência, porém, citar uma lista de cientistas religiosos não é argumento que se aplica nem em uma classe de alfabetização.
Pois, a ciência não possui autoridade sobre a religião, e o argumento do parágrafo acima serve apenas para deixar claro que não se concorda com essa afirmação.
Como seria ridículo se justificar a ciência citando uma lista de padres, bispos, párocos, e pastores que foram cientistas.
Pois, a religião não possui autoridade sobre a ciência.
Enfim, seja você destro ou canhoto, sua perna direita não é hierarquicamente superior à sua perna esquerda e vice-versa, e, portanto, uma não necessita justificar-se pela outra.
Um saci-pererê intelectual negaria a religião a partir da ciência, ou a ciência a partir da religião.
Uma mente avançada saberia que opor e negar não são sinônimos. E a oposição, ao invés de extinguir, muito pelo contrário, serve para reforçar.
Assim como sua imagem refletida no espelho se opoem a você ao mesmo tempo que te reforça.
Enfim, ciência e religião são irmãs e caso se queria buscar a origem desse parentesco, recorra aos estudos de antropologia cultural, psicologia e arqueologia.
Não se contente em listar nomes.
Noam Chomsky desteta foottball
Einsten era contra o nazismo
Heidegger era a favor do nazismo
Newton era a favor da religião, da astrologia e da alquimia
Carl Sagan era contra a astrologia e a alquimia
Luthero era contra a física e a astronomia
Kepler era a favor da religião
Tudo isso justificaria ou desjustificaria o futebol, o football, o nazismo, a religião, a ciência, a astrologia, a alquimia, etc... somente pelo argumento da autoridade. Mas a argumento da autoridade já foi dispensado por quem raciocina e discursa com sinceridade.
E o fato, por exemplo, de Newton ter sido um dos maiores físicos da história e de ter sido cristão, astrólogo e alquimista devoto não impede que se oponha à ciência, a religião, a astrologia ou a alquimia. Uma mente muito atrasada concluiria o oposto.
O fato é que ciência, arte e religião, compoem o tripé do intelecto da humanidade. Se tratam, as três, de realizações inteligentes, oriundas de uma mesma raiz em comum.
Vide as tarefas de caça dos paleolíticos, que possuiam metodologia científica, rituais religiosos e manisfestações artísticas; concatenados e indistintos.
São o mesmo os funerais egípcios. Suas mumificações exemplificam alto grau de conhecimento de anatomia e fisiologia humanas, crença em vida post-mortem religiosamente fundamentada, além de magníficas expressões artísticas.
Porém, com o passar do tempo e o surgimento e aprimoramento de diversas tecnologias, sendo a escrita a mais importante dentre essas, as epistemologias se modificaram sobremaneira.
Então, religião, arte e ciência, começaram a se desenvolver e se desagregar. Não obstante se possa encontrar a presença de cada uma delas nas outras duas, a todo momento.
Entretanto, seguindo a estrutura do yin-yang, da balança do signo astral de Libra e da filosofia heideggeriana, religião e ciência são (arte à parte), hoje em dia e em linhas mestras, opostas, e na medida que são opostas são complementares, assim como sua perna esquerda é oposta a sua perna direita e complementar a ela.
Se se quer justificar a religião, a arte, o esporte, a violência, não basta citar brilhantes cientistas que foram religiosos, artistas, esportistas, ou violentos. E o simples fato de ter havido brilhantes cientistas violentos, esportistas, artistas, ou religiosos, não impede que se oponha a ciência à violência, à religião, à arte, ao esporte.
Devemos buscar outros argumentos.
Sabendo da raiz comum que possuem, se torna ainda mais necessário o incessante diálogo entre religião e ciência, porém, citar uma lista de cientistas religiosos não é argumento que se aplica nem em uma classe de alfabetização.
Pois, a ciência não possui autoridade sobre a religião, e o argumento do parágrafo acima serve apenas para deixar claro que não se concorda com essa afirmação.
Como seria ridículo se justificar a ciência citando uma lista de padres, bispos, párocos, e pastores que foram cientistas.
Pois, a religião não possui autoridade sobre a ciência.
Enfim, seja você destro ou canhoto, sua perna direita não é hierarquicamente superior à sua perna esquerda e vice-versa, e, portanto, uma não necessita justificar-se pela outra.
Um saci-pererê intelectual negaria a religião a partir da ciência, ou a ciência a partir da religião.
Uma mente avançada saberia que opor e negar não são sinônimos. E a oposição, ao invés de extinguir, muito pelo contrário, serve para reforçar.
Assim como sua imagem refletida no espelho se opoem a você ao mesmo tempo que te reforça.
Enfim, ciência e religião são irmãs e caso se queria buscar a origem desse parentesco, recorra aos estudos de antropologia cultural, psicologia e arqueologia.
Não se contente em listar nomes.
EUA
Se queres mais entender sobre a formação do Império Norte-Americano, podes ler estudos de sociologia, um bom livro de história e assistir aos filmes:
"There Will Be Blood".
e
"No Place For Old Man".
Nessa ordem.
"There Will Be Blood".
e
"No Place For Old Man".
Nessa ordem.
Broca
"As premissas consideradas menos questionáveis são frequentemente as mais questionáveis".
Paulo Broca,
escritor, pintor, músico, matemático, orador e neurologista francês, em meados do sec. XIX.
Paulo Broca,
escritor, pintor, músico, matemático, orador e neurologista francês, em meados do sec. XIX.
22/03/2009
Moviemento
que se deve re-assistir (em desordem de aparição e preferência)
1.Fight Club
2.21 Grams
3.Matrix
4.Land Of The Blind
5.Closer
6.AmoresPerros
7.Adaptação
8.Quero Ser John Malkovich
9.Huricane
10.A Última Ceia
11.Adivinhe Quem Vem Pra Jantar
12.A Vida é Bela
13.Declínio do Império Americano
14.As Invasões Bárbaras
15.Cidade de Deus
16.Carandiru
17.Amarelo Manga
18.Gandhi
19.O Gosto dos Outros
20.Os Sonhadores
21.Traffic
22.O Mercador de Veneza
23.O Auto da Compadecida
24.Dogville
25.Manderlay
26.OldBoy
27.Paradise Now
28.New Orleans
29.Meu Tempo é Hoje
30.Cinema, Aspirinas e Urubus
31.Cachê
32.O Cheiro do Ralo
33.Proibido Proibir
34.Bom Pastor
35.Winters Solstice
36.O Labirinto do Fauno
37.Bonecas Russas(Matrioska)
38.Ânsia de Amar
39.Little Children
40.O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias
41.Lavoura Arcaica
42.Um Estranho no Ninho (a flew over the cuckoo´s nest)
43.Laranja Mecânica (the clockwork orange)
44.Casa de Areia
45.Um Copo de Cólera
46.Princesas
47.Finding Forrest
48.Náufrago
49.Apocalipto
50.Pollock
51.Modigliani
52.Zelig
53.Amnésia
54.A Lenda de Beowulf
55.O Amor nos Tempos de Cólera
56.Sombras de Goya
57.A Vida dos Outros
58.A Bússola de Ouro
59. I Am Legend
60.Ratatouille
61.Os Inimigos do Império
62.O Conde de Monte Cristo
63.Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street
64.Feliz Natal
65.Asas do Desejo
66.No Country For Old Men
67.Whisky
68.O Passado
69.There Will Be Blood
70.A Lula e a Baleia
71.O Profissional
72.Reencarnação
73.The Savage´s
74.A Dúvida
1.Fight Club
2.21 Grams
3.Matrix
4.Land Of The Blind
5.Closer
6.AmoresPerros
7.Adaptação
8.Quero Ser John Malkovich
9.Huricane
10.A Última Ceia
11.Adivinhe Quem Vem Pra Jantar
12.A Vida é Bela
13.Declínio do Império Americano
14.As Invasões Bárbaras
15.Cidade de Deus
16.Carandiru
17.Amarelo Manga
18.Gandhi
19.O Gosto dos Outros
20.Os Sonhadores
21.Traffic
22.O Mercador de Veneza
23.O Auto da Compadecida
24.Dogville
25.Manderlay
26.OldBoy
27.Paradise Now
28.New Orleans
29.Meu Tempo é Hoje
30.Cinema, Aspirinas e Urubus
31.Cachê
32.O Cheiro do Ralo
33.Proibido Proibir
34.Bom Pastor
35.Winters Solstice
36.O Labirinto do Fauno
37.Bonecas Russas(Matrioska)
38.Ânsia de Amar
39.Little Children
40.O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias
41.Lavoura Arcaica
42.Um Estranho no Ninho (a flew over the cuckoo´s nest)
43.Laranja Mecânica (the clockwork orange)
44.Casa de Areia
45.Um Copo de Cólera
46.Princesas
47.Finding Forrest
48.Náufrago
49.Apocalipto
50.Pollock
51.Modigliani
52.Zelig
53.Amnésia
54.A Lenda de Beowulf
55.O Amor nos Tempos de Cólera
56.Sombras de Goya
57.A Vida dos Outros
58.A Bússola de Ouro
59. I Am Legend
60.Ratatouille
61.Os Inimigos do Império
62.O Conde de Monte Cristo
63.Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street
64.Feliz Natal
65.Asas do Desejo
66.No Country For Old Men
67.Whisky
68.O Passado
69.There Will Be Blood
70.A Lula e a Baleia
71.O Profissional
72.Reencarnação
73.The Savage´s
74.A Dúvida
21/03/2009
Ruas que sonhei
de Paulinho da Viola que toca cavaquinho
O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas
Bem no tempo de sorrir e namorar
Toda beleza que havia nesta rua
Há pouco tempo deu um vento e carregou
E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou
Amor, repare o tempo
Enquanto eu faço um samba triste pra cantar
Te mostro a vida pra mudar o teu sorriso
Te dou meu samba com vontade de chorar
Amor, felicidade
É o segredo que outro dia te contei
O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei
do mesmo e de seu parceiro, Elton Medeiros.
Recomeçar
Do que restou de uma paixão
Voltar de novo à mesma dor sem razão
Guardar no peito a mágoa sem reclamar
Acreditar no Sol da nova manhã
Dizer adeus e renunciar
Vestir a capa de cobrir solidão
Para poder chorar...
A relação se dá pelas metáforas dos ciclos so Sol
O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas
O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei
Acreditar no Sol da nova manhã
e pelas metáforas das vestimentas ( e fantasias de carnaval)
E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou
Vestir a capa de cobrir solidão
O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas
Bem no tempo de sorrir e namorar
Toda beleza que havia nesta rua
Há pouco tempo deu um vento e carregou
E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou
Amor, repare o tempo
Enquanto eu faço um samba triste pra cantar
Te mostro a vida pra mudar o teu sorriso
Te dou meu samba com vontade de chorar
Amor, felicidade
É o segredo que outro dia te contei
O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei
do mesmo e de seu parceiro, Elton Medeiros.
Recomeçar
Do que restou de uma paixão
Voltar de novo à mesma dor sem razão
Guardar no peito a mágoa sem reclamar
Acreditar no Sol da nova manhã
Dizer adeus e renunciar
Vestir a capa de cobrir solidão
Para poder chorar...
A relação se dá pelas metáforas dos ciclos so Sol
O sol que bate na calçada nesta tarde
Não trouxe o dia que anseia meu olhar
E leva embora o consolo dos olhares das morenas
O sol que morre nos cabelos das morenas
Um dia nasce sobre as ruas que sonhei
Acreditar no Sol da nova manhã
e pelas metáforas das vestimentas ( e fantasias de carnaval)
E muita gente se vestindo de alegria
Vai fingindo todo dia que a tristeza já passou
Vestir a capa de cobrir solidão
16/03/2009
Fato
O fator Obama reduziu drasticamente o anti-americanismo. E nesse embate EUA vc China, muita gente que estava doidinha pra ver os últimos sobressaírem sobre os primeiros já começa a mudar de ideia.
Pode questionar largamente a racionalidade dessas torcidas todas.
Mas quem julga os EUA imperialistas, deve ler qualquer livrinho de bolso sobre a história da China.
Difícil mesmo é pensa em alguma nação, que não essas duas, a ter as rédeas e os chicotes à mão, pelo menos pelos próximos 50 anos.
Pode questionar largamente a racionalidade dessas torcidas todas.
Mas quem julga os EUA imperialistas, deve ler qualquer livrinho de bolso sobre a história da China.
Difícil mesmo é pensa em alguma nação, que não essas duas, a ter as rédeas e os chicotes à mão, pelo menos pelos próximos 50 anos.
15/03/2009
Impressionantes
1. É impressionante a semelhança entre o Brad Pitt de hoje e o Robert Redford de trinta anos atrás.
2. É impressionante como os teóricos em economia, das mais diveresas matizes e "streams", começaram a concordar em dar a mais suma importância às questões de política, governo, legislação e regulação para o bom azeitamento da engrenagem do mercado. O "laissez-faire", a mão invisível, e o mercado racional e auto-regulável desapareceram da discurso corrente.
2. É impressionante como os teóricos em economia, das mais diveresas matizes e "streams", começaram a concordar em dar a mais suma importância às questões de política, governo, legislação e regulação para o bom azeitamento da engrenagem do mercado. O "laissez-faire", a mão invisível, e o mercado racional e auto-regulável desapareceram da discurso corrente.
Internamente
"The need for China to shift the mix of growth from exports to consumption has become more urgent."
Depois da bem sucedida impressão, traduzida para o português, do especial anual do semanário britânico The Economist, pelo semanário brasileiro Carta Capital, eis que as duas revistas semanais, de tiragem relativamente escassa, e seriedade jornalística absoluta e relativamente abundante, fincam parceria mais assídua, a ser inaugurada em breve.
E estudo recente impresso pela publicação inglesa, garante que, mesmo em meio a maior crise dos últimos 70 anos, haverá a China de garantir um crescimento de seu Produto Interno Bruto na ordem de 8% no ano de 2009.
Pegunte aos EUA, Alemanha e Japão se, por acaso, se lembram quando, um dia, cresceram a uma taxa próxima a essa.
A manutenção do crescimento robusto, que já dura 3 décadas, deve ser garantida pelas políticas fiscais e monetárias do governo chinês, traduzido por cortes nas taxas de juros e nos impostos, e aumentos nos gastos públicos, aumentando assim o déficit orçamentário, o que poderá assegurar aumento dos investimento sobretudo em infraestrutura, e sobretudo em infraestrutura de transporte e sobretudo em ferrovias, cujos investimentos na área deverão ser triplicados.
Mas o fato é que, grande parte do crescimento monstruoso que a China vem experimentando, se baseia no mercado externo, em exportações, por assim dizer.
E é fato que, com tal recessão, que até agora não se soube bem dimensionar, a demanda externa há de arrefecer.
Então, o verdadeiro desafio da China, frente a essa crise, será saber substituir o mercado externo (demanda dos outros países) pelo mercado interno(sua própria demanda).
Ou seja, é mais que hora de a China fomentar ainda mais o seu mercado, e há espaço de sobra pra isso, pois são evidentes as demandas reprimidas no país, que, apesar de já ter se tornado a terceira maior economia do mundo, ainda acumula um número portentoso de carentes e miseráveis.
Portanto, conseguindo, a China, diminuir o contigente de seus cidadãos que vivem em situação de pobreza e exterma pobreza, aumentando, consequentemente, a sua classe média, poderemos dizer, quando a crise acabar, que um gigante saiu de lá ainda maior.
Um desafio e tanto, mas não restam dúvidas, historicamente falando, que os chineses estão preparados para enfrentá-lo, e mais, derrotá-lo. E então veremos como as cartas estarão sendo dadas, num prazo de 5 a 10 anos.
Um adendo: é a China quem sustenta, em grande parte, o consumo interno dos EUA, sobretudo os gastos do governo americano, via aquisição de títulos da dívida norte-americana, porém, para incentivar seu próprio mercado, é bem provável que seja faça urgir a necessidade da China cessar, ou ao menos reduzir draticamente, o financiamento que fornecem ao mercado norte-americano, e esse será, sem dúvida, um desafio tremendo para o governo Obama.
Fica introduzida assim a dicotomia para os próximos 5 a 10 anos, período que cobre 1 ou 2 mandatos do recém-empossado presidente dos Eua.
Deixará a China de aquecer o mercado dos Eua para aquecer seu próprio mercado? E como os EUA enfrenatarão o cenário em caso de resposta positiva? Pois, desistindo os chineses de comprar títulos do tesouro norte-americano aos montes, como acontece até então, serão obrigados, os EUA, a aumentar sua taxa de juros, para atrair e manter investidores, inclusive os próprios chineses, e isso dificultará, sobremaneira, a recuperação da economia norte-americana.
O que acontecia, até então, era um jogo de trocas entre EUA e China. Os EUA importavam bilhões e bilhões em produtos chineses, e os chineses que, como já foi dito, baseavam e ainda baseam, seu crescimento, em larga medida, nas exportações, financiavam a dívida dos EUA em bilhões e bilhões, para que os EUA pudessem continuar consumindo e importando produtos chineses. E assim girava a roda.
O risco iminente, para os EUA, é de que os chineses cortem o fio, cessem de financiar o mercado norte-americano, e, assim sendo, no lugar de basear seu crescimento em exportações ao mercado dos yankes, passe a basear seu crescimento no aquecimento de seu mercado interno.
As cartas já estão dadas, as apostas já estão sendo feitas. E botaria meu dinheiro na ascensão do dragão e na queda dos falcões, e no fracasso da eleição do primeiro presidente negro nos EUA. Já vislumbrando todo o cenário de recrudescimento e retrocesso que daí surgiria (reascensçao e fortalecimento dos cons, tanto neos quanto ultras; racismo, xenofobia, família Bush, Sarah Palin, Jonathan Krhon...)
Fato é que o governo norte-americano, com Hilary Clinton nas cabeças, já está articulando para que os chineses contiuem a financiar a dívida dos EUA. Resta ver como isso vai ficar.
Pois o enorme déficit fiscal dos EUA em muito se dá pelo fato de importar muito da China, e isso acontecia, em grande parte, por conta do yuan "artificialmente desvalorizado".
E a luta do governo Bush, antes da crise, era pra que os chineses valorizassem seu câmbio, que o deixassem flutuar, na esperança de que isso diminuisse a gastança dos próprios norte-americanos. Os chineses sempre se recusaram.
Com a crise, os EUA devem e vão diminuir seu gastos, e isso inclui diminuir muito o nível de importação de produtos chineses.
Diante disso, nos perguntamos, por que cargas d´água, haveriam os chineses de continuar financiando o déficit norte-americano, se é bastante improvável que os norte-americanos continuem a financiar as exportações chinesas?
De acordo com a tão festejada racionalidade econômica, essa corda deve ser romper, e tudo indica que quando a roda gigante parar de rodar, a China estará "on top" e os EUA estarão "on bottom".
Resta saber se as costuras políticas conseguirão reverter tal quadro, e resta conferir até onde vão as peripécias diplomáticas norte-americanas no jogo internacional.
Não se despreza, é claro, a hipótese desse jogo tornar-se bem sujo, com um bom número de flertes e trapaças, e não duvidamos da capacidade de ambos os "players" em representar tais papeis.
Depois da bem sucedida impressão, traduzida para o português, do especial anual do semanário britânico The Economist, pelo semanário brasileiro Carta Capital, eis que as duas revistas semanais, de tiragem relativamente escassa, e seriedade jornalística absoluta e relativamente abundante, fincam parceria mais assídua, a ser inaugurada em breve.
E estudo recente impresso pela publicação inglesa, garante que, mesmo em meio a maior crise dos últimos 70 anos, haverá a China de garantir um crescimento de seu Produto Interno Bruto na ordem de 8% no ano de 2009.
Pegunte aos EUA, Alemanha e Japão se, por acaso, se lembram quando, um dia, cresceram a uma taxa próxima a essa.
A manutenção do crescimento robusto, que já dura 3 décadas, deve ser garantida pelas políticas fiscais e monetárias do governo chinês, traduzido por cortes nas taxas de juros e nos impostos, e aumentos nos gastos públicos, aumentando assim o déficit orçamentário, o que poderá assegurar aumento dos investimento sobretudo em infraestrutura, e sobretudo em infraestrutura de transporte e sobretudo em ferrovias, cujos investimentos na área deverão ser triplicados.
Mas o fato é que, grande parte do crescimento monstruoso que a China vem experimentando, se baseia no mercado externo, em exportações, por assim dizer.
E é fato que, com tal recessão, que até agora não se soube bem dimensionar, a demanda externa há de arrefecer.
Então, o verdadeiro desafio da China, frente a essa crise, será saber substituir o mercado externo (demanda dos outros países) pelo mercado interno(sua própria demanda).
Ou seja, é mais que hora de a China fomentar ainda mais o seu mercado, e há espaço de sobra pra isso, pois são evidentes as demandas reprimidas no país, que, apesar de já ter se tornado a terceira maior economia do mundo, ainda acumula um número portentoso de carentes e miseráveis.
Portanto, conseguindo, a China, diminuir o contigente de seus cidadãos que vivem em situação de pobreza e exterma pobreza, aumentando, consequentemente, a sua classe média, poderemos dizer, quando a crise acabar, que um gigante saiu de lá ainda maior.
Um desafio e tanto, mas não restam dúvidas, historicamente falando, que os chineses estão preparados para enfrentá-lo, e mais, derrotá-lo. E então veremos como as cartas estarão sendo dadas, num prazo de 5 a 10 anos.
Um adendo: é a China quem sustenta, em grande parte, o consumo interno dos EUA, sobretudo os gastos do governo americano, via aquisição de títulos da dívida norte-americana, porém, para incentivar seu próprio mercado, é bem provável que seja faça urgir a necessidade da China cessar, ou ao menos reduzir draticamente, o financiamento que fornecem ao mercado norte-americano, e esse será, sem dúvida, um desafio tremendo para o governo Obama.
Fica introduzida assim a dicotomia para os próximos 5 a 10 anos, período que cobre 1 ou 2 mandatos do recém-empossado presidente dos Eua.
Deixará a China de aquecer o mercado dos Eua para aquecer seu próprio mercado? E como os EUA enfrenatarão o cenário em caso de resposta positiva? Pois, desistindo os chineses de comprar títulos do tesouro norte-americano aos montes, como acontece até então, serão obrigados, os EUA, a aumentar sua taxa de juros, para atrair e manter investidores, inclusive os próprios chineses, e isso dificultará, sobremaneira, a recuperação da economia norte-americana.
O que acontecia, até então, era um jogo de trocas entre EUA e China. Os EUA importavam bilhões e bilhões em produtos chineses, e os chineses que, como já foi dito, baseavam e ainda baseam, seu crescimento, em larga medida, nas exportações, financiavam a dívida dos EUA em bilhões e bilhões, para que os EUA pudessem continuar consumindo e importando produtos chineses. E assim girava a roda.
O risco iminente, para os EUA, é de que os chineses cortem o fio, cessem de financiar o mercado norte-americano, e, assim sendo, no lugar de basear seu crescimento em exportações ao mercado dos yankes, passe a basear seu crescimento no aquecimento de seu mercado interno.
As cartas já estão dadas, as apostas já estão sendo feitas. E botaria meu dinheiro na ascensão do dragão e na queda dos falcões, e no fracasso da eleição do primeiro presidente negro nos EUA. Já vislumbrando todo o cenário de recrudescimento e retrocesso que daí surgiria (reascensçao e fortalecimento dos cons, tanto neos quanto ultras; racismo, xenofobia, família Bush, Sarah Palin, Jonathan Krhon...)
Fato é que o governo norte-americano, com Hilary Clinton nas cabeças, já está articulando para que os chineses contiuem a financiar a dívida dos EUA. Resta ver como isso vai ficar.
Pois o enorme déficit fiscal dos EUA em muito se dá pelo fato de importar muito da China, e isso acontecia, em grande parte, por conta do yuan "artificialmente desvalorizado".
E a luta do governo Bush, antes da crise, era pra que os chineses valorizassem seu câmbio, que o deixassem flutuar, na esperança de que isso diminuisse a gastança dos próprios norte-americanos. Os chineses sempre se recusaram.
Com a crise, os EUA devem e vão diminuir seu gastos, e isso inclui diminuir muito o nível de importação de produtos chineses.
Diante disso, nos perguntamos, por que cargas d´água, haveriam os chineses de continuar financiando o déficit norte-americano, se é bastante improvável que os norte-americanos continuem a financiar as exportações chinesas?
De acordo com a tão festejada racionalidade econômica, essa corda deve ser romper, e tudo indica que quando a roda gigante parar de rodar, a China estará "on top" e os EUA estarão "on bottom".
Resta saber se as costuras políticas conseguirão reverter tal quadro, e resta conferir até onde vão as peripécias diplomáticas norte-americanas no jogo internacional.
Não se despreza, é claro, a hipótese desse jogo tornar-se bem sujo, com um bom número de flertes e trapaças, e não duvidamos da capacidade de ambos os "players" em representar tais papeis.
01/03/2009
Irformação
Várias ciências lidam com o problema da informação e da comunicação, em diferentes níveis e graus.
Assim é a matemática e principalmente a estatística e a probabilidade, e também a física, a economia, a semântica, a informática. E até a biologia, a psicologia, a cibernética.
E o interessante é obsevar que o que é mais primitivo ( e primitivo aqui vai no sentido de o que vem primeiro ) se aproxima do que é mais moderno, pois não é difícil reparar que os jogos de búzios, jogados desde a África original, são os primórdios da computação.
Pois o búzio, pode assumir 2 valores: "aberto (virado pra cima)" ou "fechado ( virado pra baixo)", mais ou menos como um cara ou coroa de uma moeda qualquer. E como bem sabemos, reside aí o princípio da linguagem binária, usada em computadores.
Por assim dizer: búzios são bits.
E repare que com apenas 16 búzios, podemos fazer 65536 jogos diferente, pois se cada búzio pode assumir 2 valores, sendo 16 búzios temos 2 elevado a 16 que é igual a 65536.
E diante disso, podemos dizer que a probabilidade de cada jogo sair é de 1/ 65536, ou seja, 0,0015258790625%.
E assim percebemos como até a magia traz um padrão. E onde há ritmo, há números, vide que do grego número = aritmo.
Então sabemos que até o que parece muito confuso, muito caótico, possui certa ordem. E o contrário equivalente.
E como disse Francis Bacon certa vez: "saber é poder". E certamente não foi ele o primeiro sujeito a perceber a importância da informação, da sabedoria e do conhecimento.
O economista mais badalado do momento, Joseph Stiglitz, crítico ferrenho do capitalismo neoliberal e das teorias neoclássicas que o sustentam, formulou sua mais festejada teoria sobre o paradigma da informação.
Certos físicos, principalmente ante de Einstein e da física quântica, diziam que possuindo todas as informações atuais, seríamos capazes de predizer perfeitamente o futuro, bem como redizer completamente o passado.
E vejamos que 1 dos 3 principais adjetivos que se dá ao deus único judaico-cristão é justamente a onisciência, que, traduzida de outra maneira, nada mais é que a capacidade de possuir armazenados e ter capacidade de acesso instântaneo e simultâneo a todos os dados que já foram produzidos, e essa prerrogtiva de ser absolutamente informado gera a capacidade de se tomar qualquer decisão sem o menor grau de incerteza e de prever nítida e claramente qualquer acontecimento posterior. O que não impede que haja encadeamentos diferenciados de fatos.
Talvez aqui haja um pouco do problema da pré-destinação e do livre-arbítrio.
Mas os cientistas não foram os únicos a se voltarem para a informação ao longo da história da humanidade.
Os mais variados mitos, das mais distintas civilizações, já davam grande importância a isso. Vide a decifração de sonhos por Daniel, e a dissolução do enigma da Esfíngie por Édipo. E aí, nos aproximamos da moderna criptografia, por exemplo.
Levi-Strauss relata, em um dos seus livros, um mito de civilizações indígenas norte-americana, e tal mito dava às arraias, a qualidade de controlar o que é bom e o que é ruim. E aqui novamente, faceamos a linguagem binária, visto que, dependendo do ângulo de obsevação, as arrais podem ser claras ou escuras, esguias ou roliças.
E se hoje temos os mainframes, as centrais de processamento de dados. Ontem tivemos o oráculo de delphos e o ilê-ifá.
Se ontem tivemos os bruxos, feiticeiros e mágicos, hoje temos os matemáticos, estatísticos e técnicos da informação.
Difícil imaginar o que vá substituir Exu, Hermes, Tóth e as demais entidades das diferentes culturas que representavam o intermédio entre o mundo real e o mundo virtual.
Interessante observar que muito desses deuses também representavam a velocidade e o movimento.
Assim é a matemática e principalmente a estatística e a probabilidade, e também a física, a economia, a semântica, a informática. E até a biologia, a psicologia, a cibernética.
E o interessante é obsevar que o que é mais primitivo ( e primitivo aqui vai no sentido de o que vem primeiro ) se aproxima do que é mais moderno, pois não é difícil reparar que os jogos de búzios, jogados desde a África original, são os primórdios da computação.
Pois o búzio, pode assumir 2 valores: "aberto (virado pra cima)" ou "fechado ( virado pra baixo)", mais ou menos como um cara ou coroa de uma moeda qualquer. E como bem sabemos, reside aí o princípio da linguagem binária, usada em computadores.
Por assim dizer: búzios são bits.
E repare que com apenas 16 búzios, podemos fazer 65536 jogos diferente, pois se cada búzio pode assumir 2 valores, sendo 16 búzios temos 2 elevado a 16 que é igual a 65536.
E diante disso, podemos dizer que a probabilidade de cada jogo sair é de 1/ 65536, ou seja, 0,0015258790625%.
E assim percebemos como até a magia traz um padrão. E onde há ritmo, há números, vide que do grego número = aritmo.
Então sabemos que até o que parece muito confuso, muito caótico, possui certa ordem. E o contrário equivalente.
E como disse Francis Bacon certa vez: "saber é poder". E certamente não foi ele o primeiro sujeito a perceber a importância da informação, da sabedoria e do conhecimento.
O economista mais badalado do momento, Joseph Stiglitz, crítico ferrenho do capitalismo neoliberal e das teorias neoclássicas que o sustentam, formulou sua mais festejada teoria sobre o paradigma da informação.
Certos físicos, principalmente ante de Einstein e da física quântica, diziam que possuindo todas as informações atuais, seríamos capazes de predizer perfeitamente o futuro, bem como redizer completamente o passado.
E vejamos que 1 dos 3 principais adjetivos que se dá ao deus único judaico-cristão é justamente a onisciência, que, traduzida de outra maneira, nada mais é que a capacidade de possuir armazenados e ter capacidade de acesso instântaneo e simultâneo a todos os dados que já foram produzidos, e essa prerrogtiva de ser absolutamente informado gera a capacidade de se tomar qualquer decisão sem o menor grau de incerteza e de prever nítida e claramente qualquer acontecimento posterior. O que não impede que haja encadeamentos diferenciados de fatos.
Talvez aqui haja um pouco do problema da pré-destinação e do livre-arbítrio.
Mas os cientistas não foram os únicos a se voltarem para a informação ao longo da história da humanidade.
Os mais variados mitos, das mais distintas civilizações, já davam grande importância a isso. Vide a decifração de sonhos por Daniel, e a dissolução do enigma da Esfíngie por Édipo. E aí, nos aproximamos da moderna criptografia, por exemplo.
Levi-Strauss relata, em um dos seus livros, um mito de civilizações indígenas norte-americana, e tal mito dava às arraias, a qualidade de controlar o que é bom e o que é ruim. E aqui novamente, faceamos a linguagem binária, visto que, dependendo do ângulo de obsevação, as arrais podem ser claras ou escuras, esguias ou roliças.
E se hoje temos os mainframes, as centrais de processamento de dados. Ontem tivemos o oráculo de delphos e o ilê-ifá.
Se ontem tivemos os bruxos, feiticeiros e mágicos, hoje temos os matemáticos, estatísticos e técnicos da informação.
Difícil imaginar o que vá substituir Exu, Hermes, Tóth e as demais entidades das diferentes culturas que representavam o intermédio entre o mundo real e o mundo virtual.
Interessante observar que muito desses deuses também representavam a velocidade e o movimento.
Nietzscheanas
na Dúvida,
vc ficaria com o apolíneo de Meryl Streep, a freira Aloysius
ou com o dionisíaco de Philip Seymour Hoffman, o padre Flynn?
Mas bom mesmo nesse filme é ver como somos cínicos, como somos hipócritas.
Pois até a certeira irmã, para alcançar seus objetivos, joga uma dúvida à mesa durante o jantar.
E repreende a irmã que tenta decifrar o enigma.
E até o desviante padre, para livrar sua própria pele, defende a rigidez do protocolo e a força da hierarquia.
E repreende a irmã por ter se reportado a outra irmã e não ao pastor. E arremata com as duas frases seguintes:
"you cannot do it by youserf"
"you cannot step outside the church"
vc ficaria com o apolíneo de Meryl Streep, a freira Aloysius
ou com o dionisíaco de Philip Seymour Hoffman, o padre Flynn?
Mas bom mesmo nesse filme é ver como somos cínicos, como somos hipócritas.
Pois até a certeira irmã, para alcançar seus objetivos, joga uma dúvida à mesa durante o jantar.
E repreende a irmã que tenta decifrar o enigma.
E até o desviante padre, para livrar sua própria pele, defende a rigidez do protocolo e a força da hierarquia.
E repreende a irmã por ter se reportado a outra irmã e não ao pastor. E arremata com as duas frases seguintes:
"you cannot do it by youserf"
"you cannot step outside the church"
13/02/2009
Justeza
sou a favor de que saiam todos os imigrantes da Europa Ocidental.
desde que saiam também todos os europeus ocidentais do resto do mundo.
e devolvendo o que tomaram, de preferência.
pois como dizia a camiseta do manifestante marroquino em paris:
"nós estamos aqui porque vocês estiveram lá".
desde que saiam também todos os europeus ocidentais do resto do mundo.
e devolvendo o que tomaram, de preferência.
pois como dizia a camiseta do manifestante marroquino em paris:
"nós estamos aqui porque vocês estiveram lá".
12/02/2009
de homens e deuses
o homem calcula, mede, pondera
e os deuses extasiam com o inteligível inefável incontável.
e os deuses extasiam com o inteligível inefável incontável.
A um amigo
no verbo na ordem
no caos na carne
o arqueiro lança
theoría:
o foco é o infinito
a mão toca o arco e a flecha fita a ursa-miragem
alce o alce ao seu alcance
deuses homens recriam-se
especulares espetaculares
homens deuses são desenho
que se desenha
a si mesmo e ao outro que é si
e sem saber que a mais tinta
que se pinta se pinta mesmo
sem saber
no caos na carne
o arqueiro lança
theoría:
o foco é o infinito
a mão toca o arco e a flecha fita a ursa-miragem
alce o alce ao seu alcance
deuses homens recriam-se
especulares espetaculares
homens deuses são desenho
que se desenha
a si mesmo e ao outro que é si
e sem saber que a mais tinta
que se pinta se pinta mesmo
sem saber
Auto-engano
Na semana que se passa, Pedro Bial citou Wittgenstein no Big Brother Brasil, e disse algo como o quanto é difícil não enganar-se a si mesmo.
E realmente é muito impressionante como cremos facilmente nas mentiras que nos satisfazem.
Eu, há alguns anos, sentado na cadeira de um barbeiro, e diante de sua constatação da progressão incessante de minha calvície, acreditei piamente na história de um cliente que estava ficando careca e que, de uma hora pra outra, todo o seu cabelo cresceu de novo.
E realmente é muito impressionante como cremos facilmente nas mentiras que nos satisfazem.
Eu, há alguns anos, sentado na cadeira de um barbeiro, e diante de sua constatação da progressão incessante de minha calvície, acreditei piamente na história de um cliente que estava ficando careca e que, de uma hora pra outra, todo o seu cabelo cresceu de novo.
Razão
Ciência e cientistas não são sinônimos. E nem tudo que gênios dizem, falam, ou fazem é genial.
Assim como o fato de Niemeyer e Saramago serem comunistas não justifica o comunismo (e tão pouco o refuta), o fato de Kepler e Newton terem sido religiosos não justifica a religião(idem).
E se podemos nos perguntar até que ponto vai o cinismo de dois milionários que se dizem comunistas, podemos indagar até que ponto vai a hipocrisia de dois cientistas que professam a religião popular.
O fato é que o fato de um gênio da física, química ou biologia ser um fervoroso religioso é tão importante quanto o fato de um gênio da matemática não passar por debaixo de escadas.
Assim como o fato de Niemeyer e Saramago serem comunistas não justifica o comunismo (e tão pouco o refuta), o fato de Kepler e Newton terem sido religiosos não justifica a religião(idem).
E se podemos nos perguntar até que ponto vai o cinismo de dois milionários que se dizem comunistas, podemos indagar até que ponto vai a hipocrisia de dois cientistas que professam a religião popular.
O fato é que o fato de um gênio da física, química ou biologia ser um fervoroso religioso é tão importante quanto o fato de um gênio da matemática não passar por debaixo de escadas.
10/02/2009
Tradução
Já disse Umberto Eco que toda tradução é uma traição.
Diante disso, vos pergunto, ó meus vastos leitores:
Como deve ser traduzida, para o português do Brasil, uma passagem (que se segue abaixo) de um livro escrito em inglês dos Estados Unidos sobre crescimento econômico comparado:
Why are we so rich? And why are they so poor?
a) Por que nós somos tão ricos? E por que eles são tão pobres?
b) Por que nós somos tão pobres? E por que eles são tão ricos?
Qual a importância do contexto social (para o seu juízo, leitor) na tradução da passagem referida acima?
Diante disso, vos pergunto, ó meus vastos leitores:
Como deve ser traduzida, para o português do Brasil, uma passagem (que se segue abaixo) de um livro escrito em inglês dos Estados Unidos sobre crescimento econômico comparado:
Why are we so rich? And why are they so poor?
a) Por que nós somos tão ricos? E por que eles são tão pobres?
b) Por que nós somos tão pobres? E por que eles são tão ricos?
Qual a importância do contexto social (para o seu juízo, leitor) na tradução da passagem referida acima?
31/01/2009
Pra minha pretinha
Pretinha,
faço tudo pelo nosso amor
Faço tudo pelo bem do nosso bem, meu bem
A saudade é minha dor
e anda arrasando com o meu coração
E não duvide que um dia eu te darei o céu
O meu amor junto com um anel,
pra gente se casar
No cartório ou na igreja.
Se você quiser
Se não quiser tudo bem, meu bem
Mas tente compreender
Morando em São Gonçalo você sabe como é
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a pé.
Tentei ligar pra você
O orelhão da minha rua estava escangalhado
O meu cartão tava zerado
mas você crê se quiser.
faço tudo pelo nosso amor
Faço tudo pelo bem do nosso bem, meu bem
A saudade é minha dor
e anda arrasando com o meu coração
E não duvide que um dia eu te darei o céu
O meu amor junto com um anel,
pra gente se casar
No cartório ou na igreja.
Se você quiser
Se não quiser tudo bem, meu bem
Mas tente compreender
Morando em São Gonçalo você sabe como é
Hoje a tarde a ponte engarrafou
E eu fiquei a pé.
Tentei ligar pra você
O orelhão da minha rua estava escangalhado
O meu cartão tava zerado
mas você crê se quiser.
30/01/2009
Inversão
Não deixa de ser curioso reparar que o líder político mundial nesse momente é negro, canhoto, tem antepassados recentes mulçumanos e nomes árabes, nomes esses que lembram justamente os dois maiores "inimigos" do (des)governo que o precedeu.
E também é muito curioso notar, que naodia de abertura do FEM em Davos, foi um líder do governo chinês quem deu lições de governança aos ocidentais.
E também é muito curioso notar, que naodia de abertura do FEM em Davos, foi um líder do governo chinês quem deu lições de governança aos ocidentais.
misunderstendimento
No mundo das artes, temos muitos autores dissimulados. Que visam passar uma mensagem enviesada mas, ainda sim, clara. E quando indagados das suas intenções desconversam.
No mundo da filosofia e da ciência, são mais comuns os pensadores a reclamar de que suas teorias foram mal interpretadas.
Temos exemplos aos montes, em todas as áreas.
E um dos pensadores que mais se dava a esse capricho era Wittgenstein. E foi justamente ele que disse que "certa confusão é inevitável". Bem ao gosto do babilônios, ou novaiorquinos. Se é que eu entendi bem.
No mundo da filosofia e da ciência, são mais comuns os pensadores a reclamar de que suas teorias foram mal interpretadas.
Temos exemplos aos montes, em todas as áreas.
E um dos pensadores que mais se dava a esse capricho era Wittgenstein. E foi justamente ele que disse que "certa confusão é inevitável". Bem ao gosto do babilônios, ou novaiorquinos. Se é que eu entendi bem.
Ingenuidade
Introduz-se desde cedo o indivíduo nos valores sociais.
Com simples brincadeiras em festas de crianças.
E um valor muito forte é justamente o da competição (sucesso x fracasso)
Daí a dança das cadeiras. No final, apenas um deverá estar sentado.
Com simples brincadeiras em festas de crianças.
E um valor muito forte é justamente o da competição (sucesso x fracasso)
Daí a dança das cadeiras. No final, apenas um deverá estar sentado.
28/01/2009
Signos
É interessante perceber como as coisas se tornam símbolos.
E engraçado notar como as coincidências se dão.
Dois dos maiores símbolos da modernidade são também duas das maiores metáforas de ascensão. E, além do que, são dois dos maiores redutos de ocorrências racistas.
A saber: o avião e o elevador.
ps: muito a ver com lugares, seus privilégios e disputas.
E engraçado notar como as coincidências se dão.
Dois dos maiores símbolos da modernidade são também duas das maiores metáforas de ascensão. E, além do que, são dois dos maiores redutos de ocorrências racistas.
A saber: o avião e o elevador.
ps: muito a ver com lugares, seus privilégios e disputas.
Prós e Antis
eu são pró-anti, mas tão pró-anti, que chego a ser anti-pró e anti-anti. O que, naturalmente, além de um pró-anti, faz-me um pró-pró.
18/01/2009
Tudo que se precisa
Essa noite eu notei que você demorou pra dormir
Caminhou pela casa ligou a TV eu ouvi
Você sussurrando chorando baixinho pra não me acordar
Se tiver precisando de amigo pra desabafar
Se for alguma coisa comigo vamos conversar
Eu não quero correr o perigo de um dia você me deixar
Escolhi você pra ser minha mulher
E sou tão fiel a nossa relação
Pelo amor de Deus se for insegurança tira do teu coração
Já é tarde vamos nos deitar
Se quiser conversar na nossa cama,
Porque sei que tudo isso passa
Você me abraça e a gente se ama,
Eu não vou te trair com ninguém
Meu amor você tem minha palavra
Porque tudo que um homem precisa
Eu tenho em casa
Caminhou pela casa ligou a TV eu ouvi
Você sussurrando chorando baixinho pra não me acordar
Se tiver precisando de amigo pra desabafar
Se for alguma coisa comigo vamos conversar
Eu não quero correr o perigo de um dia você me deixar
Escolhi você pra ser minha mulher
E sou tão fiel a nossa relação
Pelo amor de Deus se for insegurança tira do teu coração
Já é tarde vamos nos deitar
Se quiser conversar na nossa cama,
Porque sei que tudo isso passa
Você me abraça e a gente se ama,
Eu não vou te trair com ninguém
Meu amor você tem minha palavra
Porque tudo que um homem precisa
Eu tenho em casa
Pra minha gatinha
Alô gatinha
Sou eu o teu idolatrado
Eu penso seriamente
No nosso amor
Estou apaixonado
Quero te ver
Eu preciso de você, meu amor
Falaram para mim assim
Que você melhorou
Depois que se mudou
Da zona norte para a zona su
Agora dizem que você não é mais como antes
Falaram que no bairro onde você reside
Houve uma eleição para miss
E lhe apresentaram como atualidade
E você venceu miss localidade
Esse telefonema é
Pra mim o inteiro viver
E você também é amor
A minha eterna pequena
O amor nos envolve, querida
Toda sensual
Razão da minha própria vida
Sou eu o teu idolatrado
Eu penso seriamente
No nosso amor
Estou apaixonado
Quero te ver
Eu preciso de você, meu amor
Falaram para mim assim
Que você melhorou
Depois que se mudou
Da zona norte para a zona su
Agora dizem que você não é mais como antes
Falaram que no bairro onde você reside
Houve uma eleição para miss
E lhe apresentaram como atualidade
E você venceu miss localidade
Esse telefonema é
Pra mim o inteiro viver
E você também é amor
A minha eterna pequena
O amor nos envolve, querida
Toda sensual
Razão da minha própria vida
Saudades
como disse e diria de novo o poeta, Paulinho da Viola:
"voltar quase sempre é partir para um outro lugar "
"voltar quase sempre é partir para um outro lugar "
09/01/2009
Outra aula
http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=9&i=3071
E atente para essa passagem:
"A frase “reação desproporcional” nunca foi tão empregada e com tanta propriedade. No mínimo, há excesso doloso na legítima defesa, crime punível, para os juristas, quando o meio defensivo escolhido é desnecessário (o agente teria meio de igual eficácia para cessar o ataque, menos lesivo do que o escolhido), ou, mesmo adequada a escolha, o uso do meio excede o necessário para cessar a agressão e evitar a lesão ao bem jurídico agredido (o agente deveria defender-se de forma proporcionada à agressão)."
E atente para essa passagem:
"A frase “reação desproporcional” nunca foi tão empregada e com tanta propriedade. No mínimo, há excesso doloso na legítima defesa, crime punível, para os juristas, quando o meio defensivo escolhido é desnecessário (o agente teria meio de igual eficácia para cessar o ataque, menos lesivo do que o escolhido), ou, mesmo adequada a escolha, o uso do meio excede o necessário para cessar a agressão e evitar a lesão ao bem jurídico agredido (o agente deveria defender-se de forma proporcionada à agressão)."
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