13/02/2009

Justeza

sou a favor de que saiam todos os imigrantes da Europa Ocidental.

desde que saiam também todos os europeus ocidentais do resto do mundo.

e devolvendo o que tomaram, de preferência.

pois como dizia a camiseta do manifestante marroquino em paris:

"nós estamos aqui porque vocês estiveram lá".

12/02/2009

de homens e deuses

o homem calcula, mede, pondera
e os deuses extasiam com o inteligível inefável incontável.

A um amigo

no verbo na ordem

no caos na carne

o arqueiro lança

theoría:

o foco é o infinito

a mão toca o arco e a flecha fita a ursa-miragem

alce o alce ao seu alcance

deuses homens recriam-se

especulares espetaculares

homens deuses são desenho

que se desenha

a si mesmo e ao outro que é si

e sem saber que a mais tinta

que se pinta se pinta mesmo

sem saber

Auto-engano

Na semana que se passa, Pedro Bial citou Wittgenstein no Big Brother Brasil, e disse algo como o quanto é difícil não enganar-se a si mesmo.

E realmente é muito impressionante como cremos facilmente nas mentiras que nos satisfazem.

Eu, há alguns anos, sentado na cadeira de um barbeiro, e diante de sua constatação da progressão incessante de minha calvície, acreditei piamente na história de um cliente que estava ficando careca e que, de uma hora pra outra, todo o seu cabelo cresceu de novo.

Razão

Ciência e cientistas não são sinônimos. E nem tudo que gênios dizem, falam, ou fazem é genial.
Assim como o fato de Niemeyer e Saramago serem comunistas não justifica o comunismo (e tão pouco o refuta), o fato de Kepler e Newton terem sido religiosos não justifica a religião(idem).

E se podemos nos perguntar até que ponto vai o cinismo de dois milionários que se dizem comunistas, podemos indagar até que ponto vai a hipocrisia de dois cientistas que professam a religião popular.

O fato é que o fato de um gênio da física, química ou biologia ser um fervoroso religioso é tão importante quanto o fato de um gênio da matemática não passar por debaixo de escadas.

10/02/2009

Tradução

Já disse Umberto Eco que toda tradução é uma traição.

Diante disso, vos pergunto, ó meus vastos leitores:

Como deve ser traduzida, para o português do Brasil, uma passagem (que se segue abaixo) de um livro escrito em inglês dos Estados Unidos sobre crescimento econômico comparado:

Why are we so rich? And why are they so poor?

a) Por que nós somos tão ricos? E por que eles são tão pobres?

b) Por que nós somos tão pobres? E por que eles são tão ricos?

Qual a importância do contexto social (para o seu juízo, leitor) na tradução da passagem referida acima?