13/09/2007

A Verdade

I

É muito famosa, nas mitologias subsaarianas pré-cabralinas e pré-colombianas, a lenda do whiteless man que foi levado como escravo e que, ainda no cativeiro, escrevia versos livres e brancos e revolucionários. Dizem até que ele esteve no germe da Revolta de Palmares e influenciou a queda da Bastilha.

O fato é que a civilização de onde vinha tal guerreiro era bastante avançada, pois já conhecia a moeda e a palavra, e também conhecia a pólvora, mas não conhecia como usá-la, daí não ter sido a civilização mais avançada (ie, no topo da cadeia alimentar) e ter padecido e sido subjulgada.

Conta-se que na terra natal do guerreiro, havia um Rei que era um semi-Deus, e que um dia, no centro da praça, esse Imperador sussurrou uma palavra. E sussurrou tão baixo qual uma brisa, que foram poucos os que o ouviram e mais poucos os que o entenderam. E os que ouviram sem entender ficaram surdos, tiveram seus tímpanos estourados. E os que ouviram e entenderam ficaram mudos, suas cordas vocais sumiram, e, desde então, se diz que tais entendem até os cantos dos pássaros, mas não são capazes de um simples assovio.

Diz-se também que o tal Rei, semi-Homem, ao sussurrar aquela palavra, lançou ao ar uma moeda, e, daquele momento até os dias de hoje e para todo o sempre, essa moeda gira no ar, sem nunca cair ao chão. E quando toca o solo é somente por um instante de tempo ínfimo, com a única finalidade de tomar um impulso maior para tornar a voar, e ainda mais alto.

E mesmo com toda a infimidade do instante em que a moeda toca o solo, ela causa tal impressão nos mudos que durante 365 semanas ficam a se contorcer em caretas que os cientistas ainda não definiram se são de gozo ou de dor. Pressupõem-se que a origem de tal evento esteja numa frequência sonora absoluta.

Mas contundo e entretanto, profetiza-se que haverá o dia em que a moeda tocará definitivamente o solo, porém profetiza-se também que ela caíra de pé, e que a peleja será interrompida, mas não definida. E ainda nas linhas das profecias, diz-se que uma brisa chegará de algum lugar um dia, derrubará a moeda e decidirá por uma das faces.

Especula-se que até esse dia a humanidade se dividirá em dois enormes blocos, enormes, mas dois apenas, postos cada qual em frente a um dos lados da moeda, e que esses dois enormes blocos soprarão horrores. Nascerão homens naturalmente evoluídos e geneticamente modificados com pulmões enormes e nascerão máquinas minúsculas capazes de por em movimento uma quantidade inquantificável de ar.

Mas que nada disso terá qualidade. O que derrubará a moeda será uma brisa leve. E nenhum dos dois blocos deverá ter essa revelação, e que se a tiver que não se acredite nela, e se acreditar que hajam como se não cresse, ou melhor, como se nem soubesse.

E por fim, acredita-se que essa brisa virá dos calcanhares do guerreiro que partiu no começo da história.

3 comentários:

Anônimo disse...

PUTZ!
AGORA TO CURIOSA P/ SABER O QUE DERRUBARÁ O MURO DE BERLIM.

abstrato de tomate disse...

por favor minha editora, não adiante nada para os leitores, eles podem ficar muito ansiosos, muito agitados, e acabar causando um furacao, com o paizao romulo costa.

abalou as estruturas, aguarde os proximos capitulos. =P

Anônimo disse...

hahahhahahahhahahha!!!
ok ok ok ! não vou revelar o que não sei! :P