01/03/2009

Irformação

Várias ciências lidam com o problema da informação e da comunicação, em diferentes níveis e graus.

Assim é a matemática e principalmente a estatística e a probabilidade, e também a física, a economia, a semântica, a informática. E até a biologia, a psicologia, a cibernética.

E o interessante é obsevar que o que é mais primitivo ( e primitivo aqui vai no sentido de o que vem primeiro ) se aproxima do que é mais moderno, pois não é difícil reparar que os jogos de búzios, jogados desde a África original, são os primórdios da computação.

Pois o búzio, pode assumir 2 valores: "aberto (virado pra cima)" ou "fechado ( virado pra baixo)", mais ou menos como um cara ou coroa de uma moeda qualquer. E como bem sabemos, reside aí o princípio da linguagem binária, usada em computadores.

Por assim dizer: búzios são bits.

E repare que com apenas 16 búzios, podemos fazer 65536 jogos diferente, pois se cada búzio pode assumir 2 valores, sendo 16 búzios temos 2 elevado a 16 que é igual a 65536.

E diante disso, podemos dizer que a probabilidade de cada jogo sair é de 1/ 65536, ou seja, 0,0015258790625%.

E assim percebemos como até a magia traz um padrão. E onde há ritmo, há números, vide que do grego número = aritmo.

Então sabemos que até o que parece muito confuso, muito caótico, possui certa ordem. E o contrário equivalente.

E como disse Francis Bacon certa vez: "saber é poder". E certamente não foi ele o primeiro sujeito a perceber a importância da informação, da sabedoria e do conhecimento.

O economista mais badalado do momento, Joseph Stiglitz, crítico ferrenho do capitalismo neoliberal e das teorias neoclássicas que o sustentam, formulou sua mais festejada teoria sobre o paradigma da informação.

Certos físicos, principalmente ante de Einstein e da física quântica, diziam que possuindo todas as informações atuais, seríamos capazes de predizer perfeitamente o futuro, bem como redizer completamente o passado.

E vejamos que 1 dos 3 principais adjetivos que se dá ao deus único judaico-cristão é justamente a onisciência, que, traduzida de outra maneira, nada mais é que a capacidade de possuir armazenados e ter capacidade de acesso instântaneo e simultâneo a todos os dados que já foram produzidos, e essa prerrogtiva de ser absolutamente informado gera a capacidade de se tomar qualquer decisão sem o menor grau de incerteza e de prever nítida e claramente qualquer acontecimento posterior. O que não impede que haja encadeamentos diferenciados de fatos.

Talvez aqui haja um pouco do problema da pré-destinação e do livre-arbítrio.

Mas os cientistas não foram os únicos a se voltarem para a informação ao longo da história da humanidade.

Os mais variados mitos, das mais distintas civilizações, já davam grande importância a isso. Vide a decifração de sonhos por Daniel, e a dissolução do enigma da Esfíngie por Édipo. E aí, nos aproximamos da moderna criptografia, por exemplo.

Levi-Strauss relata, em um dos seus livros, um mito de civilizações indígenas norte-americana, e tal mito dava às arraias, a qualidade de controlar o que é bom e o que é ruim. E aqui novamente, faceamos a linguagem binária, visto que, dependendo do ângulo de obsevação, as arrais podem ser claras ou escuras, esguias ou roliças.

E se hoje temos os mainframes, as centrais de processamento de dados. Ontem tivemos o oráculo de delphos e o ilê-ifá.

Se ontem tivemos os bruxos, feiticeiros e mágicos, hoje temos os matemáticos, estatísticos e técnicos da informação.

Difícil imaginar o que vá substituir Exu, Hermes, Tóth e as demais entidades das diferentes culturas que representavam o intermédio entre o mundo real e o mundo virtual.

Interessante observar que muito desses deuses também representavam a velocidade e o movimento.

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