10/10/2010

Abertos



Já me disseram que samba é igual passarinho.

Penso que discursos são como balões: uma vez soltos é infrutífero que seu autor tente lhes controlar os rumos. O melhor é deixar que vão ao sabor estocástico dos sopros dos ventos.

Talvez haja os autores mais precavidos, que pensam seus discursos como pipas e querem sempre a linha a suas próprias mãos, mas há sempre cerol e outros linhas para lhes arrancar seus dicursos e deixá-los aos caprichos eólicos com rabiola e tudo.

Penso que essa é a noçao que Umberto Eco faz de "obra aberta".

O autor é nada mais que o gume que cinge o gomo, porém, incapaz de decidir que solos serão fecundados.

Mas saibamos sempre que os balões devem ser sempre soltos, as frutas sempre partidas; os arquivos, os armários, as fruteiras, as geladeiras, são como cemitérios.



"que tititi é esse
que vem da Sapucaí
tá que tá danado
tá cheirando a sapoti":

"chiclete eu misturo com banana"

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